A propósito da intervenção do estado na nossa livre escolha e nas interferências na nossa saúde em prol de um homem novo, Vasco Pulido Valente no seu melhor, hoje no Público,
(...) Imagino muitas vezes quem, de facto, quererá um mundo sufocante e asséptico, obcecado com a "saúde"? Gente, como é óbvio, com pouca imaginação. Por mais forte que seja o culto e a idolatria do corpo, a velhice chega. E, com ela, a irrelevância, a obsolescência, a solidão. Esta sociedade de velhos trata muito mal os velhos. A ideia (e a propaganda) de uma adaptação contínua é uma grande e cruel mentira. Os velhos são um embaraço. Um peso que se atura, que se arruma num canto, que se mete num "lar".
Setenta anos de esforço para durar acabam num limbo `a margem da verdadeira vida, quando não acabam no sofrimento e na miséria.
O Ocidente está a criar um inferno. Por bondade, claro."
Na mouche !