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Tristeza

por vítor, em 01.04.25
se a culpa da tristeza que transportas

fosse minha não seria eu o ente sombrio

revelado nas sombras da nossa ausência

a contemplar a beleza assustadora dessa triste

esfinge que me paralisa de medo

de te tocar e dissolver os anéis de solidão

libertados pela melancolia que nos engole

nas insónias do verão inóspito.

não quero perder-te enquanto as aves

soletrarem as palavras interditas.

Cativa, 19-7-2016 (17:35)

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publicado às 19:02

 

O cadáver bordeja as águas
mornas sussurrando aos amigos
desconhecidos (…), as sombras alongam-se
como serpentes à babuja dos
barcos em decomposição. Navega cadáver
sem rumo que não a podridão indiferenciada
do silêncio das câmaras nupciais, enfunando
as velas latinas do desejo febril,
das peripécias da noite.
Só a ingratidão redige e soletra
o obituário do rebelde que se solta
entre os colapsos da assistência
multitudinária dos que cumprem
os deveres sombrios, os desejos de arenque
fumado contradizendo
os magmáticos murmúrios da ignorância,
os boatos aspergindo as cabeças coroadas,
inalcançáveis, golpeando os peixes
que se levantam na direção do cadáver
desavindo,
à deriva na solidão dos cosmos.
Há mortos incómodos no sótão
da vizinha, esqueletos dançando
na caudalosa poeira das impolutas
lamas incandescentes. Dançando
como crianças sem consciência dos riscos
que da consciência se libertam, se soltam
amarelecendo nos campos de sangue
onde a paisagem fede a nobreza
e lealdade. Féretro que o povo
venera lambendo o cu dos celebrados
heróis de antanho, tecendo a pele que o amortalha
e prende às correntes ígneas das palavras. Só um
cadáver compreende as solicitudes
dos poderosos, as calmarias rangendo nas
cabeleiras sorridentes da apostasia.
A sua caminhada sem destino rasga
as atómicas partículas do corpo, rejeitando
um lastro de perfume acre
no condomínio espectral dos mestres
que conduzem as aprendizagens castradoras
dos peregrinos, o conhecimento inútil da verdadeira
Sabedoria.
O cru transcende a cozedura e as confusões
serão lavradas no epitáfio do cadáver.
A fogo e água.

Cativa, 7/7/2014

As aprendizagens castradoras dos peregrinosO cadáver bordeja as águasmornas sussurrando aos amigosdesconhecidos (…), as sombras alongam-secomo serpentes à babuja dosbarcos em decomposição. Navega cadáversem rumo que não a podridão indiferenciadado silêncio das câmaras nupciais, enfunandoas velas latinas do desejo febril, das peripécias da noite.Só a ingratidão redige e soletrao obituário do rebelde que se soltaentre os colapsos da assistênciamultitudinária dos que cumpremos deveres sombrios, os desejos de arenquefumado contradizendoos magmáticos murmúrios da ignorância,os boatos aspergindo as cabeças coroadas,inalcançáveis, golpeando os peixesque se levantam na direção do cadáverdesavindo,à deriva na solidão dos cosmos.Há mortos incómodos no sótão da vizinha, esqueletos dançandona caudalosa poeira das impolutaslamas incandescentes. Dançandocomo crianças sem consciência dos riscosque da consciência se libertam, se soltam amarelecendo nos campos de sangueonde a paisagem fede a nobrezae lealdade. Féretro que o povovenera lambendo o cu dos celebradosheróis de antanho, tecendo a pele que o amortalhae prende às correntes ígneas das palavras. Só umcadáver compreende as solicitudesdos poderosos, as calmarias rangendo nascabeleiras sorridentes da apostasia.A sua caminhada sem destino rasgaas atómicas partículas do corpo, rejeitandoum lastro de perfume acreno condomínio espectral dos mestresque conduzem as aprendizagens castradorasdos peregrinos, o conhecimento inútil da verdadeiraSabedoria.O cru transcende a cozedura e as confusõesserão lavradas no epitáfio do cadáver.A  fogo e água.Cativa, 7/7/2014

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publicado às 21:50

terras úberes

por vítor, em 27.08.14

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publicado às 22:02

 

Hoje o dia pareceu-me enevoado

e a juventude foi-se-me sentar

entre as cãs e os longos silêncios dos peixes.

O meu filho disse-me, depois de uma ligeira

altercação, sem olhar o meu corpo

esparramado comodamente no sofá, tenho lá culpa

de teres atingido a andropausa. Amei e estive

3600.000 dias sem dizer uma palavra.

O banco onde depositava as minhas parcas

poupanças faliu. Fiz sexo com o candeeiro

da mesa-de-cabeceira que teimava

em não se acender quando pretendia ir mijar

pela calada da noite. Mil vezes. O prejuízo

 do meu banco foi de 3600.000 de euros –

bem maior que o meu, está claro

(pobres banqueiros) -, e eu acho que não escaparei

à  morte em 2040. O metano e o dióxido de carbono

farão o trabalhinho de forma absoluta sem

recurso à metafísica. O Tribunal Constitucional,

em que acreditava piamente, ditou

que o roubo aos pobres estava claramente

dentro da moldura penal consignada na lei

Suprema da nação. Quando os senhores doutores

juízes acordarem será tarde de mais. O fim da humanidade

em 2040 foi ontem. Vi, ainda agora, um homem beijar a pata de um cão.

O gesto, sincero, comoveu-me e o meu ventre estrebuchou

chamando a atenção da vizinhança que ruborizou levemente.

O antigo primeiro-ministro, o antes deste,

 foi acusado de corrupção no mês passado.

Defendeu-se dizendo que no mês passado já não era primeiro

nem nada na classificação dos entes candidatos a comprar

o Novo Banco. O que renasceu das cinzas do meu banco, entretanto falido.

Acabei de alcançar o nível 4 num jogo on-line e perdi o resto que tinha ganho

à  sueca com a rapariga do rés-do-chão direito. Era uma madrugada

clandestina a que me esperava. O nevoeiro escondia-a num poema

 de ideias controversas. A andropausa mental

 é muito mais perigosa do que a biologia. Toda a biologia.

Estando esta última por provar que aconteceu.

O maldito candeeiro da mesa-de-cabeceira tira-me

a  tesão toda: só se acende quando quer e eu a espumar

toda a noite. Sinto as articulações cansadas (tendinites?)

só de pensar em 2040. Tomo um chá de galafito com um

placebo qualquer para enganar a ansiedade e elejo a melhor praia da Europa:

Praia de Cabanas!, como nunca poderia deixar de ter sido.

Só por acaso estarei vivo em meados de 2040. Se não me engano andarei pelos…

            2040 – 1958 = 82   posso até assistir no you tube

à minha própria morte. Até, talvez, editá-la.

Desconfio mais da crueldade do metano do que na do dióxido de carbono.

O CO2 é-me muito chegado. Nada de científico, é uma intuição

Que me empurra mais para o metano. Cheira-me a Inferno.

O que pensará o Tribunal Constitucional do fim do mundo?

Poder-se-á considerar o fim do mundo inconstitucional? Até,

anticonstitucional? Nisso não acredito, o fim do mundo está para lá

das jurisdições humanas. Da moldura do Criador. O que só revela

da insanidade geral dos homens e da fraudulenta misericórdia de Deus

para com os banqueiros espeleólogos. É-me insuportável

assistir ao bailado das meretrizes míopes escaldando os pés

no palco de metal que a música consome.

Para entender a convergência da economia paralela,

e  mesmo, ou talvez, sobretudo, a  perpendicular, na direção dos paraísos fiscais

que pululam de Manila às Ilhas selvagens, da Micronésia de Malinowski

à  Macaronésia de Alberto João Jardim, dirigi-me

ao meu psiquiatra e estendi-me no divã

à espera das sombras que envolvem a luz intermitente

do meu candeeiro de mesa-de-cabeceira. Da redenção inicial.

Revelou-me que o meu sono estava desenhado segundo

os padrões internacionais aceites pela Internacional

Socialista e que o humor que transportava

no inconsciente podia muito bem ser fruto

de um resquício de festa de anos celebrada

em Chefchauen em 2004. O perigo, continuou,

seria sempre o de me calar sem antes rejeitar

a simpatia que me ligava ao FMI e esquecer

os dias passados a percorrer as sedes dos bancos suíços

a tentar abrir cofres com um canivete multiusos.

Poderia nem chegar a 2040 e atingir a eternidade antes

do tempo gravado na coronha da espingarda

do meu tetra avô que agora, por acaso, é minha.

Despedi-me atenciosamente e, retribuindo a simpatia,

o  clínico não me levou dinheiro pela consulta.

Parti dali em transe semi-induzido e as insónias

que o tempo adivinhava fizeram de mim

um zombie até aos dias preliminares a 2014.

O nevoeiro apoderou-se da tarde de verão

confessando aos turistas que o suicídio era um privilégio

de banqueiros. Quando a luz do candeeiro de mesa-de-cabeceira

inundou de luz o quarto, atravesso a andropausa e,

para sempre jovem, sento-me na cama à espera de 2040 a ler as aventuras

do cavaleiro da triste figura.

 

Cativa 31-07-2014 (anos do Guapo)

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publicado às 00:02

nos lábios entreabertos o sangue

por vítor, em 06.06.14

 

a lâmina cinde a carne
abre como cicatriz abismo
nos lábios entreabertos o sangue
preenche a fenda profunda
afogando a dor dilacerante
os mornos momentos
da planta de pedra
que fumega na planície
inundada
conflito latejante
na exatidão dos arrepios
da noite dançando
na convulsa e febril
paz da morte.

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publicado às 15:14

 

Hei, you, gritou o cão. Aquele bonacheirão de cor de pêssego a quem tinha saído o euromilhões.
Do outro lado da rua, a galinha que perdera um olho na guerra olhou-o franzindo o sobrolho.
O que é que se passa?, condescendeu cedendo à simpatia.
Queres fazer-me um broche?, atirou o outro sem constrangimentos.
Não fosse a arrogância com que o perguntas e o desconhecimento que nos separa, e responder-te-ia que com o bico que me dá brilho às faces poderia ser perigoso executar tal desejo. Assim, só poderei, e digo isto com toda a sinceridade, mandar-te tomar no cu.
Dito isto, continuou o seu caminho, bico apontado ao futuro e dois dedos fora dos sapatos.
Foda-se, ganiu o canídeo, já ninguém respeita o dinheiro. E ainda dizem que é o sistema capitalista o principal responsável pela crise. “Tomar no cu”, repetiu baixinho, “tomar no cu”, quem não tem o dito não o devia invocar. A cloaca não dá tesão. Irei gastar o meu pecúlio para outras paragens onde a simpatia me possa dar dividendos. Depois não se queixem da fuga de capitais.
E lá foi, debaixo do céu que o alumiava.

M. Gordo 19/12/13

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publicado às 00:02

não creio em silêncios

por vítor, em 18.12.13

 

Não creio em silêncios

crus, em conversas iluminadas

calçando a brutalidade dos

parágrafos cadastrados.

Não creio nas palavras grávidas

atiradas aos pesadelos

dos interlocutores,

não posso convidar quem parte

a loiça de minha casa

e amola lâminas

no fundo da consciência

solúvel, na poeira dos

caminhos.

 

Aceito o desafio das cordas

envoltas em arame farpado,

golpeando as sombras, as

fímbrias dos edifícios

castrados, a limpidez

dos corpos omissos fedendo

a cadáver exibido nas

cerimónias panegíricas

 

latindo na agonia dos

políticos imberbes

e escorregadios

que as noites abreviam

no sôfrego espetáculo

das multidões corruptas,

envenenando o cemitério

das idiossincrasias

incandescentes.

 

Não creio nos sonhos

Que se erguem da noite

Perpétua.

 

M. Gordo 5/12/13

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publicado às 14:34

umbigo ímpio

por vítor, em 14.12.13

Lutando contra os elementos. Andrajoso mas sempre em pé....

 

Como estás mudada, disse-me o vizinho enquanto se regalava com a visão ímpia do meu umbigo.
Rastejei na planície do fogo, atropelando as respostas que a denúncia do peixe anunciavam, interpelando de chofre o cão sem pulgas internado há séculos no manicómio dos gritos impossíveis.
Onde estavas quando precisei de ti, quando o vento soprou do quadrante das sensações inúteis?
O vizinho voltou à carga:
- Como te sentes antes de entrar no corredor sombrio que leva ao coração?
Fiz-me desentendida e tricotei, compulsivamente, uma camisola de lã de minotauro. Senti-me lâmina rasgando a noite, poeta partilhando o sangue corrompido, fábrica de invernos indisponíveis.
Não encontrei ninguém que gritasse a tristeza das palavras cruxificadas em páginas amarelecidas, ninguém que se mostrasse triste com a ausência honesta e fria das catacumbas. Deixo-me ficar no porto à espera de um navio fantasma. Era o dia das oito espadas cindirem o que restava do país lamacento, das cobras, o dia da emergência do mal, dos desejos iniciais.
Quando o primeiro navio se aproximou do cais onde adormeci exausta, um peixe, vindo do fundo das trevas do abismo, de cabeleira ensanguentada, escorrendo pus viral, assomou à tona das águas e disse-me olá.
Acordei estremunhada e sorri. Quando regressou às profundezas do mar azul, pareceu-me ver nele o meu vizinho acenando à castidade efémera do desejo.
M. Gordo 10/11/13

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publicado às 22:14

o homem que nunca sonhara

por vítor, em 29.11.13

 

O homem que nunca tinha sonhado perguntou:
- Que silêncio é esse que te gela os ossos.
A resposta, seca e corrosiva, que recebeu da rapariga sem imaginação, soou como uma praga de libelinhas.
- Quem não distingue a realidade da metáfora nunca chegará ao castelo do homem velho.
E assim se passaram muitos crepúsculos.
Um dia, igual a tantos outros, o homem que nunca sonhara sentiu-se feliz e compreendeu o significado daquele silêncio oco, que esmagava como sombra cobrindo as pegadas dos pássaros, a consciência atulhada de sonhos dos outros.
Levantou-se e não conseguia caminhar. Esqueceu-se de como dar passos na direção da noite. Quando um pé abandonava o outro, um desequilíbrio inexplicável tomava conta do seu andar, impedindo-o de ir em frente.
Agora, inerte na luz, a rapariga dos silêncios sentirá que a vida é um sonho na periferia dos pesadelos da solidão.

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publicado às 17:21

os dedos impróprios

por vítor, em 10.09.13

 

 

apresentem-se as facas e os garfos, e os gargalos do vinho novo,

recomendados pelas casas de pasto antigas

 

e todos seremos nada no intervalo

das coisas - algo que se agiganta nas solenidades invulgares do esquecimento -,

nada na imensidão

 

apresentem-se os candidatos a artistas

convidados, artistas entre artistas,

todos os que se arrastam

na efemeridade dos tempos entre a vida

e a morte, a genética das volumetrias disformes

que derrama a cortina de lágrimas

incandescentes na matriz do sexo digital

 

(os últimos devem ser sempre

substituídos segundo a previsão meteorológica

atempadamente indicada para os locais a visitar

e a legislação revogada nos anos pares)

 

e todos seremos nada no intervalo das coisas

nos dedos impróprios agonizando

na imprecisão da pele lavrada,

esquecendo os porquês da contradição

dos dias caídos. quem iludir os encantadores de incautos

escavadores de vocábulos malditos

será entronizado monarca do reino das traições serenas:

primeiro entre sombras de um mundo desaparecido;

depois navegante sem mar, albatroz rasgando o vazio

 

o calendário não conduz os passos

na direção da penumbra...

 

VRSA

4/9/13

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publicado às 13:57


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