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A maior parte do governos em democracia são sofríveis. Toda a gente manda vir com eles, mas assim é que está bem. Mau, mau é quando são excecionais: muito bons, ou muito maus.
Os africanos adoram a sua África, os sul-americanos adoram a sua pertença a uma área cultural feita de sangue e dor, os asiáticos, nas suas alteridades diversas, amam as suas culturas, até os norte americanos se orgulham dos seus jovens países. Na Europa, os europeus odeiam a sua cultura e forma de vida. É claro que a sua história foi edificada sobre escombros de genocídios, massacres religiosos e guerras constantes e brutais. As nações europeias são construções assentes no sangue e nos corpos destroçados. Foi na Europa que eclodiram as mais brutais e mortíferas guerras levadas a cabo pelos seres humanos. Não foi ontem: foi hoje de madrugada. Talvez por isso tivesse sido na Europa que se experimentou a mais revolucionária das experiências sociais e políticas a que a humanidade assistiu: a União Europeia! Pela primeira vez na curta história da humanidade, países, podiam ser clãs, tribos, etnias, nações, abdicaram voluntariamente de parte da sua soberania para que esta seja gerida em conjunto. E pluribus unum. A aventura tem sido positiva: nunca mais os velhos inimigos se guerrearam desde então. Mas o sangue da pátria, a prostituta que tudo devora, continuou a ferver baixinho, uma chama que arde sem se ver, e, agora que as condições são propícias, a borbulhar alto. Cada vez mais tormentosa e a entornar o cozido urdido e tecido com os voláteis ingredientes do chão sagrado. Não vai acabar bem! E, voltando ao princípio, volta-se sempre ao início da aventura para melhor a corromper e destoçar, o ódio que os europeus votam à sua Europa vai levar à sua destruição e morte. Para sempre! As águas dos rios, como as da História, não passam duas vezes pelo mesmo lugar. E, no entanto, não há, como na Europa, lugar onde se viva melhor, onde se tenha mais liberdade e melhores condições sociais, culturais e financeiras. Sim, podem dar as voltas que quiserem ao mundo, à história, que não encontram. Eu, como as crianças, gosto muito da Europa.
Um homem que era simples. Um simples homem, diziam uns. Um homem simples, diziam outros, não sabendo, nem uns nem outros, o que diziam. Hoje que todos os homens poderosos vieram até à minha terra atravessando as fronteiras fechadas, um homem, que era simples, foi-se deitar mais cedo. Os sonhos vieram até ele e confortaram-no. Os homens simples (ou os simples homens?) são fáceis de confortar. Não sabias? Se não, deve ser porque és um dos poderosos que pisa a nossa terra... oxalá não comam as fanecas todas.
O 4º Prémio Cativa foi atribuído, segundo a lógica, no dia 10 do 10 do 10. Este prémio, com que esta modesta casinha galardoa alguém que se tenha destacado no campo da cultura, da solidariedade ou da defesa do meio ambiente, vai pela primeira vez para uma mulher. Uma mulher que se destacou, nos últimos anos, na defesa da educação e dos direitos das minorias. A premiada, este ano, é Ana Drago, socióloga e deputada do bloco de Esquerda e, além disso, ... uma mulher bonita.
JOSÉ LUIS RODRÍGUEZ ZAPATERO
Tu abuelo, nos contaste, intuyendo el final de su existencia en la Tierra, fue diciendo adiós a los amigos, a su familia, a la naturaleza, porque quería estar lúcido y presente cuando la muerte llegara. Por eso, se abrazaba a los árboles que guardaban las páginas escritas de su vida. Me llega la triste noticia de tu muerte y te evoco, el verano pasado, en la biblioteca de tu casa de Lanzarote. Vuelves a ser el perfecto anfitrión, el hombre cortés, inteligente, generoso, al que le gusta compartir la amistad. Me honra ser tu invitado. Pilar, tu compañera, tu cómplice, parece señalar en silencio a todos y cada uno de tus personajes en ti: al Ricardo Reis que se compadece de la soledad de los poetas y ayuda a no temer la memoria, a los inventores de artefactos angélicos que quieren enseñar a los seres humanos a volar "aunque les cueste la vida", a aquel alfarero que libra a los esclavos de una nueva caverna porque se niega a aceptar ciertas cegueras que imponen desigualdad y dolor. Tú, que has sido también todos los nombres, no terminas aquí. 2010 es ya, para siempre, el año de la muerte de José Saramago, pero tus libros forman un maravilloso bosque de dignidad. Y yo me abrazo al árbol para mantener tu memoria..
Para quem se prepara para amarar suavemente na velhice no generoso eremitério da Cativa, é um desaforo prestar-se a figuras como estas...
Santana Lopes é um verdadeiro enterteiner. Sem ele, e a sua lei da rolha, ninguém teria dado pelo congresso (sic) do PPD/PSD.
PS: Perdão, o Ricardo Costa da SIC ter-se-ia passado na mesma.
Um ser humano excecional. Um político extraordinário.
Foi libertado há 20 anos, tendo sempre sido livre.
Os políticos são dos cidadãos dos países democráticos os menos corruptos. Isto deve-se à permanente observação a que estão sujeitos em todos os aspectos da sua vida. Os jornalistas andam em cima deles (dependem deles e vêem em todo o lado Watergates que cantam), os juízes deliram com uma presa do outro poder, o cidadão comum espuma de prazer com o arrastar na lama de um dos que elege (por ação ou omissão), As escutas não os deixam dizer um palavrão, ao telefone, no café, na sauna, no futebol, sem que eles apareçam no dia seguinte na televisão ou na capa dos jornais pondo em causa a sua integridade moral (lembram-se do desabafo de Ferro Rodrigues ao telefone "cago no segredo de justiça" o ter tornado um perigoso abusador do 3º poder?). Também, diga-se de passagem, são dos mais tentados por todo o tipo de poderes paralelos, uma vez que das suas decisões depende muita circulação de dinheiro e mordomias.
Numa sociedade que se torna cada vez mais inquisitorial e em que a queda dos "grandes" representa uma das mais apetecidas e mediáticas estórias, os políticos viraram as hodiernas vítimas do fogo do santo ofício.
Ai de um político que compre um preservativo sem pedir factura...
(Meus amigos, batam à vontade, o pescoço está à vossa disposição para o uso sem limites da guilhotina.)
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