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...o copo côncavo agudiza ecoando na palavra no som de copo, o som soando soa o corpo, o corpo copo soando soa o côncavo copo, penso.
38º parágrafo
...perscrutando o futuro com palavras ainda sem corpo, não mais do que buracos no tempo obtemos, penso.
... de todo o pensamento e cultura grega clássica o mais importante do seu legado é o ter desvinculado o pensamento da crença e ter colocado lá a permanente interrogação, penso.
04.03.11
33º parágrafo
... será porque o sol não se vê a ele que cada um de nós irrompeu da escuridão, para o ver, penso.
01.01.11
... uma sociedade que necessita de tanta "vigilância" é como um corpo doente a sobreviver à custa de antibióticos, penso.
28ª parágrafo
27º parágrafo
25º parágrafo
...vivo,com o corpo entre parêntesis, ao lado do infinito, penso.
24º parágrafo
... ontem, disse palavras com os olhos, e elas ficaram no espelho, coloridas.
23.08.10
23º parágrafo
... intempéries absurdas no horizonte desfilam diante das rosas do jardim, penso.
22º parágrafo
... escrever é um exercício infindável de musculatura e sorrisos brancos.
21º parágrafo
... devemos ao sistema financeiro a chuva, rigorosamente, pensava eu quando não chovia.
20º parágrafo
... quando sonho não serão os meus braços que estão pensando?
19º parágrafo
... hoje encontrei o silêncio debaixo do travesseiro, onde havia ruídos de ontem.
13.05.10
18º parágrafo
... estava eu no café, procurando entender o mundo, saboreando as dádivas da natureza com a alegria do sol que ora se esconde ora aparece, pensava:
-a Luísa está sem casa, será que a chuva esburacou tanto as telhas que , coitada, deambula agora em algures? isto pensava eu quando escrevi;
" diálogo com uma palavra":
-òh palavra, que dizes tu?
a palavra:
- eu não digo, tu é que dizes!
- se não dizes tu, o que digo eu, palavra?
a palavra:
- tu não dizes nada, porque eu é que sou a palavra!
A olhar para o tampo da mesa fiquei pensando:
vou escrever um livro de poemas, talvez um só poema e dei-lhe um título, " abstracção do poema abstracto",
seria assim :
as vírgulas de pernas para o ar entram no poema como a chuva no terreno, etc etc.
e:
cada vez que um amor se encontra pendurado nas pernas duma abelha, vem o sol em grande algazarra burilar os buracos do vento,
etc etc.
ou:
agora que o espaço se abriu de encontro aos joelhos da montanha que fazer com a alegria que as palavras têm no ventre, etc etc.
quando pensava que tinha encontrado um rumo para o poema, apercebi-me que de há tempos para cá, desde que comi brutamente um pedaço de chocolate preto, uma ligeira agonia subjaz pesando no pensar como se tivesse engolido sal a mais.
enfim, tomei tudo isto por vontade de escrever apenas, arrumei as coisas e vi-me embora.
um grande abraço e até breve.
17º parágrafo
... que cão me mordeu, foi aquele sapato de marca!
16º parágrafo
... em crepúsculos de intimo olhar moram as palavras a nascer
15º parágrafo
... são como fósforos acendendo-se na mente as palavras que nascem involuntárias.
03.03.10
14º parágrafo
... quando penso estou eu dentro do pensamento ou está o pensamento dentro de mim?
10.03.23
13º parágrafo:
... se mexo um braço na viva voz do tempo, construo um saber antigo que a mim me foi dado.
10.02.10
12º parágrafo:
... eu penso o universo, mas pensará o universo em mim?
01.01.21
11º parágrafo:
... com o Sol ao centro e a Terra a entrar em nova elipse saudemos o corpo, a sua casa e as nossas vidas.
01.01.10
10º parágrafo:
... se eu pudesse viver sem palavras lambia os calcanhares e adormecia, penso.
18.12.09
9º parágrafo:
... prosélitos afâs de minúsculas palavras invertem a ordem dos chouriços gordos,
pode ler-se no pensamento de minorias loucas.
12.11.09
8º parágrafo:
... pensando ou não sou sempre mais do que eu mesmo.
07.11.09
7º parágrafo:
... rasgar a pele com uma palavra, - eis o que penso pensando em escrever, se pensasse ser poeta.
04.11.09
6º parágrafo:
... bem cheirosos pensamentos advogando
entre Lisboa e Gorjões em viajem, com conversas de merda falando.
30.10.09
5º parágrafo:
... representação teatral com um só acto, uma só cena, uma só fala e sem actor;
voz fora do palco:
- , aqui só entra o outro!...
Frase repetida em todas as línguas e em todos os idiomas
23.10.09
4º parágrafo:
... entre a matéria e o meu pensar há um vazio, o qual nomeio-o eu de - "o grande pensamento"
15.10.09
3º parágrafo:
... por vezes, é na sombra das palavras que penso.
2º parágrafo:
... pensando bem, nunca pensei nada.
1º parágrafo :
... estou pensando que poderia pensar, mas não penso o que me deixa pensativo.
O grande pintor Degas muitas vezes me contou essa frase de Mallarmé, tão justa e tão simples. Degas às vezes fazia versos, e deixou alguns deliciosos. Mas constantemente encontrava grandes dificuldades nesse trabalho acessório de sua pintura. (Aliás, era homem de introduzir em qualquer arte a dificuldade possível.). Um dia disse a Mallarmé: “sua profissão é infernal. Não consigo fazer o que quero e, no entanto, estou cheio de idéias…”. E Mallarmé lhe respondeu: “Absolutamente não é com idéias, meu caro Degas, que se fazem os versos. É com palavras.” (VALÉRY, 1991, p. 207-208).
Na noite das facas longas todas as palavras serão lançadas. Enquanto as lâminas rasgarem as carnes palpitantes a hipocrisia dará lugar à verdade plana e dolorosa. As palavras doerão mais que as punhaladas raivosas...
A passagem conforta os que não têm nada
os que procuram
os que nunca encontram.
A passagem é um caminho que reflecte as sombras do passado
enquanto dormem os inúteis sobressaltos.
Há gente que precisava de mais vidas para amar
os sinuosos tremores da paixão
as escolhas impossíveis e imateriais
os labirintos claros da impotência que sopra da juventude
difusa, larvar e narcótica.
A passagem une o que respira ilusão.
Os sonhos são a realidade por cumprir
quando da solidão nasce a palavra que embriaga
que sorve o conforto incontornável das distâncias.
Há gente que precisa de mais vidas para sofrer.
Afinal um blogue é como uma banca de frutas e legumes num mercado qualquer. Os clientes são muito diversos e chegam-se por distintas razões. Uns atraídos pelas cores berrantes dos rabanetes, outros pela opulenta chamada das melancias, alguns pela simpatia do vendedor (não me parece o caso nesta banca), um ou outro pela amizade ao "banqueiro" (muitas vezes comprando por obrigação), ainda alguns pela alegria de comprar num lugar castiço ( os tolos da cidade), por acaso (passei ali e achei piada), turistas de ocasião fascinados pela exoticidade dos autóctones, muitos por engano (curiosamente continuam a comprar mesmo sabendo do engano), fascinados pela leveza dos agriões, por identificação com a qualidade e a frescura dos produtos (estes são os mais palermas. Alegretes e realizados com o que lhes impingem), pela sensualidade das peras- abacates e finalmente os que prali encaminham os seus passos, sem perceberem nada de nada de nada, atraídos pelo cheiro dos elementos, pelas cores dos vegetais e pela lábia incongruente do comerciante.
A mercadoria que lanço na imensidão das mentes carentes destina-se, preferencialmente, aos que não entendem o que lhes vendo. Deste será o reino das minhas palavras!
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