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Este país tem técnicos e experts em tudo. Agora temos o problema do TGV. Eu, que tenho medo de andar de avião, sou, desde logo, suspeito ao dar a minha opinião. Caramba, também tenho o direito, embora pouco perceba do assunto. Aliás como a maior parte dos opinadores da nossa praça. Mas como, neste caso, o disparate é inócuo, cá vai ela e por interposta pessoa.
Um grito de mercenário. Juro que o imbecil se junta nas herdades desertas da multidão.
Viajo até a solidão se dissipar no atrito do desespero. Aí celebro a infância desmembrada, de amor. Desta vez o sonhar é uma sensação demasiado real para causar dor, demasiado rude para convidar ao reflexo comum do prazer.
Na estrada há um barco angustiado ( talvez bêbado, como disse o outro ). Centenas de pirilampos jazem nos cadáveres sem apodrecer. A ti envio os meus dedos vestidos de arlequins esverdeados. Não és um desafio porque sabes demais das incertezas do infinito.
Um ser embriagado deu à costa. Bebeu o mar e caiu na calçada, calada, por onde namoriscavam peixes vestidos ao contrário. Ainda vi que eras uma alforreca desmaiada.
Vi- te passar perto de um ser que parecia engolir os destinos. Nem as promessas do homem mentiroso seriam tão vãs. Ele era um deus razoavelmente desprovido de sentimentos sociais.
A mentira é tudo, sendo nada é fogo ateado à imaginação para consumo dos vizinhos. Sem a mentira há medo. A suavidade é a possibilidade de construir o passado em liberdade e acabar de vez com o futuro.
Vais comover o farol das trevas! Entrega-te patrão das sereias iluminadas!
Afinal não sou um careta que só ouve ópera. E, dizem-me fontes bem informadas cá de casa, até são portugueses...
As noites consomem-se na loucura das insónias transbordantes. Para lá do medo aparecem, por detrás das cortinas do silêncio, caminhos que convidam a simular estratégias de fuga impossível.
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