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Fui estudar Antropologia por causa de Claude Levi-Strauss. Ou melhor, por causa desse belo livro, Tristes Trópicos. Uma das obras maiores da literatura de todos os tempos. Um jovem que lê a descrição de um pôr-do Sol como a que escorre das palavras de Levi-Strauss, ainda no navio que o transporta ao Brasil, nunca mais será o mesmo. Se não tivesse lido Os Tristes Trópicos, teria continuado à procura dos meus caminhos, sobressaltado e espantado, mas... não seria a mesma coisa.
Num serão/tertúlia, já aqui descrito no Quinta, tive oportunidade de conhecer um poeta brasileiro de Londrina, o amigo Valdir - saravá Curitiba - , e voltar a percorrer as terras dos tristes trópicos. Mais tristes agora do que aquando da viagem de Strauss. Agora, na terra vermelha, germinam, qual feijão mágico, CBDs (Central Business District) da mata.
Ainda há pouco tempo Jean-Claude Carriére, para comemorar os cem anos do antropólogo-filósofo, propôs-se entrevistá-lo. Strauss recusou polidamente dizendo:"Não quero redizer o que disse melhor anteriormente". Lucidez absoluta num século de vida.
Obrigado Claude
Como vos tinha dito, no post anterior, o Adão filmou parte da jantarada de despedida do Valdir. Com ele podemos melhor interiorizar o espírito da noite.
Recomendo-vos vivamente o "A Outra Margem" onde, para além de podermos acompanhar momentos da criação do artista, deparamos com documentos únicos e absolutamente comovedores de amigos que já deixaram este mundo físico, mas que para sempre vagabundearão nas nossas vidas de onde nunca os deixaremos partir. Refiro-me aos músicos Telmo "Marroquino" e Sérgio Mestre.
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