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do olhar vago
que rejeita a inscrição bélica
aparentemente tocada pela luz,
da incompleta voz que elabora linhas perplexas
na morna superfície dos teus sonhos
escapa-se um inútil desejo de regresso;
de regresso a um lugar estranho
onde a memória prevalece
e a existência sobrevive efémera agarrada
a jangadas de sangue
do olhar vago
sem fracturas no tédio da noite,
da expressão que esconde o sorriso das árvores
o registo das cicatrizes pelágicas
que atravessarão o futuro,
o destino que fará eclodir os desafios tentaculares
das palavras desavindas;
é o lugar de onde avistas a fortaleza que recua,
que recusa acolher-te no interior das possantes penumbras,
a fortificação desejada pelo tórax oprimido
que te torna os dias cruéis
cansados da sinuosa trajectória
em que persistes na manipulação dos pés
quando te aproximas da impossibilidade serena do fim
tempestade à distância dos olhos entre desejos
que contendem no plástico campo de batalha
onde tempo e inquietude se aliam
em brutais teatros sem personagens;
para quê estar à espera do tempo que é pedra?
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