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Foto gentilmente surripiada ao meu amigo Julião.
Alcançado o alto dos altos, contemplas, sem desdém ou misericórdia, os despojos jazentes nas terras baixas, que se estendem sob brumas, a teus pés. O perfil hieroglífico não revela soberba, recria o orgulho de Alexandre na descoberta de novos mundos, na integração do outro no caminho do infinito. A infinitude é o teu destino, a tua paixão. Não existe felicidade na contemplação da derrota dos que te ousam enfrentar. Só os maliciosos, que apostam na falsidade do jogo (da vida), serão esmagados. Não por desejo ou gozo pela inutilização dos contendores, mas para proteger os dignos vencidos. Para valorizar e honrar os que se batem nos campos agrestes do desafio dialético.
Glorioso será o devir da que se ergue à procura da divindade inatingível, desocultando a glória na jornada primordial.
Ontem, atravessei o país a mais de 160 à hora para chegar a tempo de me sentar a ver O Glorioso. Cheguei a tempo de assistir em directo à grande desilusão. Acontece aos melhores. A culpa, há sempre alguém para a transportar, é só do Jesus. O David é dos melhores defesas centrais do mundo mas a defesa direito é apenas um jogador mediano. Ainda por cima, anunciou-o muito antes do início do jogo. Os ingleses atacaram sempre pela faixa esquerda e desorientaram a defesa completamente. O Di Maria não sabia por que equipa estava a jogar; o Tacuara, agora que aprendeu a parar as bolas com o queixo, parecia "um tractor a pedal"(1). Bom, deixemos de coisas tristes, que certamente dias de júbilo aí virão, e falemos de dias normais. Cheguei do Norte ontem e hoje lá fui à esplanada do Veneza tomar café, ler o jornal e apanhar sol. Mal me tinha sentado, chegou o meu amigo Rui ( e outro amigo, que vou ostracizar, que só me cantava o Yesterday) às voltas na cidade a tratar de problemas com o fisco relacionados com a comercialização dos seus livros. Deu-me o último poema que tinha escrito e cá está ele de tão fresco que ainda cheira a tinta ...de choco. É o seu poema mais autobiográfico que conheço.
(1) Como lhe chama esse insigne crente, Filipe Nunes Vicente (FNV).
AINDA NÃO TINHA CHEGADO
Ainda não tinha chegado perto do equilíbrio
o seu acordo ortográfico era um vizinho no
estrangeiro
contudo tinha tangerinas
a balouçar nos dedos
círculos de polén no espelho
das vontades.
Trazia a uma perna um cão
desamarrado
um camaleão na árvore do seu lugar.
Despedia os domésticos medos cuspindo
bolas transparentes de sabão azul.
Era uma criança com quase 50 anos
já tinha comido mais de metade dos sorvetes.
Ainda não tinha chegado a lugar nenhum
(que quererá isto dizer?)
às vezes tinha vontade de ir à praia
apanhar conchas e ventos para
brincar com o mar.
Era um cigano que escrevia.
Olhava o cu das moças nos dias de
Sol
tinha uma deusa escondida na garganta.
Corria de barco de ilha
em ilha de duna em duna
procurando aquilo que os outros
apelidam de felicidade.
Ainda não tinha chegado.
Rui Dias Simão
PS:Quando vinha da esplanada para casa, soube que morreu o Faria. É um amigo longínquo, mas um amigo. Paz às suas almas.
Jaime Reis
Na minha idade tenho que ter cuidado com as emoções fortes. O Glorioso, O Grande, O Inominável continua a aspergir felicidade sobre os milhões que Nele depositam a sua vida e que Nele crêem até à infinitude.
Hoje 3-0 ao F.C. do Porto e a vitória na Taça da Liga. Na última quinta, vitória em França contra o grande Marselha, e passagem aos quartos de final da Liga Europa. Os tempos que se avizinham não vão ser fáceis. O coração é grande e está preparado para a felicidade que aí vem. No entanto as torrentes são sempre perigosas ... e belas.
PS tardio: Infelizmente sou um doudo por futebol. Bem vistas as coisas são apenas uns indivíduos de pernas ao léu a correr atrás duma bola. Mas a vida na aldeia a jogar futebol todos os dias, na meninice, e a federalização nas equipas a sério de Tavira (principalmente no meu querido, e extinto, Desportivo Tavirense - até se me arrepiam as penugens) fizeram de mim um adepto ferrenho e um expert inultrapassável. Isto vem a propósito do comportamento do Bruno Alves na final da Taça da Liga.Como expert, admiro o Bruno Alves e adoro vê-lo jogar ( eu também fui, uma vida, defesa central e dos bem rijos), mas nunca deveria ter acabado o jogo. É feio não saber perder e não saber honrar os que são melhores.
Valeu a pena a força dos 7 000 000 de crentes nO Glorioso para ver os lagartitos a jogar como leões.
Cuidado aí para a A1, as estações de serviço que se ponham em alerta máximo. Os autocarros carregados de melão são perigosos.
Para os meus amigos portistas. Não esmoreçam, para o ano há mais.
Meus amigos e minhas amigas, chega de correrias nos antros abomináveis do capitalismo para me encontrarem a prenda merecida. Até ao ano que vem basta-me a que este Domingo recebi.
S. Sebastião de Guido Reni
Apesar do clamor que tem varrido a nação, tenho-me mantido em silêncio.
Apesar do milagre da multiplicação dos golos, (ainda) não acredito em Jesus.
O ainda é apenas uma manifestação de fé. Acreditarei nO Grande, nO Glorioso até ao fim.
Fábio, o seu nome, se ainda não se aperceberam, é Fábio.
É seguramente, em termos de arte futebolística, um joga-
dor que aglutina os génios de Cristiano Ronaldo e Figo. O
talento e a criatividade flamejante de Ronaldo, a inteligência,
a frieza e a visão estratégica de Figo.
NO Glorioso parece que ainda não se deu por isso. Pelo
menos ainda não foi emprestado neste príncipio de época.
Vamos ver, se mais uma vez, não deitam fora o bebé com a
água suja.
Se fizer toda a presente época nO Maior, nO Grande, certamente,
estará para o ano que vem no Manchester United.
Os cavalheiros dO Glorioso (refiro-me aos jogadores, naturalmente), sabendo que o penalty assinalado durante o tempo regulamentar tinha sido "inventado", deram dois de avanço aos leais adversários, durante a série de cinco penalidades tira-teimas. A generosidade não foi aproveitada (claro que nabos há em todo o lado, mas falhar 3 em 5, francamente) e lá tivemos que levar a taçinha ( sim, a taçinha, aquilo não vale a ponta de um corno) prá Luz.
O tal penalty fantasma ( que lamentamos sinceramente, ih,ih,ih...) não pode justificar, agora, a gritante falta de jeito para os marcar. Olha se os cavalheiros (perdão, os jogadores) dOs Encarnados fossem da mesma colheita. Nem empatado tinham no tal de período regulamentar. Jogam pouco, eu sei, mas nos penalties até não são dos piores.
O Glorioso retirou-se na 2ª parte e, mesmo assim, sem contendor, só conseguiram ganhar por 1. O que é que esperavam com uma equipa que nunca abandonou o campo?
0-5!, em casa! Cá no ninho dO Grande, dO Inominável, isso nunca aconteceu, nem acontecerá!
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