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Alguém terá que o dizer. Alguém que seja ouvido. Muita gente já o disse e discutiu no refúgio das opacas paredes dos antros políticos e científicos ou em conversas de café.
Como toda a gente sabe, da mais ingénua criancinha ao mais sábio dos sábios, a maior parte dos recursos disponíveis são escassos e finitos. Energia; por ora; alimentos, água, espaço, atmosfera e outros são esgotáveis ou sujeitos a contaminações irreversíveis e inutilizantes. As vagas de Toffler só lentificam, atenuam e prolongam este fluir pastoso para o abismo. Para o buraco negro que a tudo suga.
O modelo económico que se impôs a seguir à revolução industrial parecia inesgotável: um pequeno número de países, que se industrializou, enriqueceu fabricando e distribuindo, enquanto o resto do mundo se constituiu como uma enorme fonte de reservas de matérias-primas e recursos energéticos. Alguns, deste vasto campo mineiro, até melhoraram alguma coisa, o resto, um sub-mundo encoberto e apenas conhecido por elites bem informadas ou antropólogos militantes, manteve-se num longo e profundo limbo existencial. O modelo prosperou num paradigma relacional colonial e só sofreu os primeiros revezes com o início da descolonização, em meados do século XX, com os ex-colonizados a indigenizaram parte dos recursos até então sugados pelas metrópoles. Mas os territórios “ultramarinos” cedo mergulharam na turbulência pós colonização, acabando por voltar ao seio de potências que lhes assegurassem a segurança. Esta segurança reavivou a velha troca de máquinas por matérias-primas: armas por bananas…
Com o desmoronar das dependências territoriais do mundo moderno, construído pela primeira globalização, a das “Descobertas, entramos numa era dual vincada, na qual a “Guerra Fria” estabelece um novo padrão de entendimento. Económico e geoestratégico. Língua e cultura vergam-se perante a política pura e dura, mas, em certa medida, numa lógica neo-colonial. Fala-se até em estratégias dominó…
A terceira vaga que irrompe no mundo ocidental arrasa a “cortina de ferro” e instala um modelo unipolar liderado pelos Estados Unidos. No entanto a aceleração da globalização operou um difusão fulgurante das novas tecnologias de informação e comunicação e uma abertura de mercados que trouxe para a economia mundial e, agora algo de completamente novo para a geoestratégia político-militar, novos actores que vão ombrear com os antigos impérios planetários. Com um peso demográfico descomunal, tornam-se apetitosos para os tradicionais países exportadores e, ao mesmo tempo, perigosos competidores no fluente mercado global. Mais, tornam-se peças de relevo no tabuleiro de xadrez onde se jogam as relações de poder do século XXI. China e Índia, por um lado, e Brasil e Rússia, por outro, fragilizam a potência dominante e avançam imparáveis pelos territórios antes ocupados pela potências colonizadoras. Os tão famosos BRIC robustecem enquanto americanos definham no Iraque e os europeus, na constante indecisão de consciência do mundo, se entretêm com assuntos intestinos e paralisantes.
Os crescimentos brutais do consumo dos novos actores, despoletado pelo crescimento económico regular acima dos dois dígitos, aspergiu problemas por toda a parte. Aumentos astronómicos dos preços dos recursos económicos e alimentares, deslocalizações em massa e falência dos modelos sociais nos países ocidentais, são, apenas, a ponta do icebergue que se aproxima. O princípio do fim. Um mundo com motor na Ásia das Monções, um descalabro nas economias ocidentais, é incontornável.
Políticos e economistas liberais sempre defenderam que o desenvolvimento económico era extensível aos países subdesenvolvidos. Que isso favoreceria a economia global e todos ganhariam. Que tudo deveria ser feito para que esta globalização fosse uma realidade futura. Muitos deles, maliciosamente, defendiam-na mas no fundo sabiam-no impossível. A economia funciona como líquidos em vasos comunicantes, como manta curta em noite de frio… Basta-nos pensar que se os mil milhões de chineses tivessem o mesmo percentil de automóveis que os americanos, a atmosfera tornar-se-ia irrespirável (que queiramos quer não) e, no entanto, é tão legítimo terem-nos como qualquer outro país.
Para que a economia global proporcionasse um bem-estar a todo o planeta teríamos que assistir a um crescimento económico brutal das regiões menos desenvolvidas (já está a acontecer em algumas regiões) e a um abrandar constante dos PIB dos países desenvolvidos (o que também já se está a verificar). Nós, “o ocidente”, passaríamos de ricos a remediados para os pobres passarem de pobres a remediados. Enfim, todos remediados. Mas ninguém está interessado em passar de rico a remediado sobretudo se, para além disso, possuir o poderio militar.
Um dia teremos um presidente dos Estados Unidos a dizê-lo às claras. Alguém tem de o fazer. Falar à nação mais próspera e imperial do mundo pré-global:
“Americanos, nosotros somos los má solidários de entre los solidários. Nosotros representamos lo que de más fantástico a atingido el hombre, lo más ala que la humanidad a llegado. Los que más an fecho cumprir lo grandes ideales del ser humano. Pero el mundo a cambiado e tenemos que cumpitir com otros que no se importam com el bien estar de la humanidad, com los equilibrios de la naturaleza e com lo respecho de los derechos humanos. Que gracias a esso, han cambiado la economia del mundo libre debil e estagnada e com esso se fortalecido. (...)
A partir de ahora solo iremos a tener relaciones de igual para igual com los países que respechem los derechos delos hombres, los derechos sociales e de trabajo. Nos reservaremos lo derecho de intervenir para que los recursos de paises fragiles no se quedem em las manos de predadores sin escrupulos. Nos reservaremos lo derecho de intervenir para matener lo acesso á las fuentes de recursos minerales e energéticos, mismo en territórios estrangeros.(....)
Juro defender el way of life americana e implementar las bases de um nuevo paradigma relacional entre los pueblos. Una globalizacion condicionada. Com nosotros estaran quien será como nosotros.
Dios Salve América!
(foda-se, como é estranho o castelhano do presidente Rodrigues Zapato)
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