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A vida boa dos homens

por vítor, em 30.12.07


Não resisto a partilhar convosco o que li hoje numa daquelas revistas de género tão cool nos nossos dias. Esta,  virada para o sexo feminino, era uma das que acantona os homens num condomínio fechado onde dificilmente vegetam. Eu,  que considero que existem mulheres tão diferentes de outra mulheres e homens tão diversos de outros homens, que podemos encontrar mulheres mais próximas de homens e homens mais parecidos a mulheres, não compreendo esta necessidade de tornar estanques estes dois mundos em questão e de alimentar estes proselitismos através de órgãos oficiais de género.

No entanto, desta vez, a revista parece soçobrar (parece só, porque atribui a propensão do enigma ao malvado homem) e  pergunta "Porque será que os homens nunca ficam deprimidos?" A pergunta não tem muito interesse porque parte de uma premissa errada. A resposta, como é óbvio, também enfermará em logro. No entanto, neste caso,  funciona como um espelho para nos vermos como elas, as militantes revisteiras, nos enxergam. É essa explicação da impertinente questão que aqui vos deixo:

"Não é que eles não sejam imunes à depressão, mas a verdade (desconcertante) é que os homens têm cerca de menos dois terços de hipóteses de deprimir em relação a nós. Porquê? Existem diversas teorias. Entre as quais está o facto de, em geral, os homens terem uma vida mais fácil. Se não, pense connosco: não é verdade que que a maioria das mulheres que conhece continua a assumir a maior parte das responsabilidades pelos filhos e pela casa, independentemente de quantas horas trabalha fora?

(até aqui concedamos, embora cada caso seja um caso. Agora sim, o melhor naco da prosa)

Acrescem ainda muitos outros factores que, apesar de parecerem ninharias, fazem toda a diferença. Aqui ficam alguns: O mecânico (vida fácil onde, como é óbvio não encontramos mulheres) diz sempre a verdade aos homens; eles nunca ficam em fila de espera para a casa de banho (vê-se mesmo que a articulista nunca frequentou uma casa de banho num estádio de futebol); umas férias de 15 dias requerem apenas uma pequena mochila             ( mas... e o Castelo Branco, meu Deus!); o mesmo trabalho, maior salário; as rugas dão-lhe charme; o mesmo corte de cabelo serve-lhes durante anos, ou mesmo décadas (reaccionária!); eles nunca vêem o pó e a roupa suja que se acumula pela casa (será a miopia uma doença masculina?); só precisam de depilar (sic) o rosto e o pescoço; podem usar calções sem problemas de mostrar as pernas (?); (e agora o orgasmo textual) têm liberdade para decidir se querem, ou não, deixar crescer o bigode; e, por último, têm-nos a nós que os mimam todos os dias (que queridas!): Em suma, têm tudo para ser felizes.

Escusado será dizer que a subversiva  literatura entrou em casa  pela mão da  deprimida cá de casa. Eu claro sou o felizardo.

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publicado às 22:33


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