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vou ali cortar uma orelha e já volto

por vítor, em 06.07.12

 

Estou fulo! Venho agora da reunião de avaliação final de uma turma do 6.º ano e os meus alunos tiveram 50% de negativas a Língua Portuguesa, no exame final. Como só dei uma negativa na classificação interna, deve haver algum mal entendido. Todos os que tiveram negativa no exame, à exceção do que tinha tido negativa na avaliação interna, obtiveram percentagens entre 44 e 49, ou seja, com na avaliação interna se têm em conta as competências transversais (assiduidade, empenho, pontualidade, comportamento e outras) não existe incongruência entre a avaliação externa, que só avalia as competências específicas (os conhecimentos) e a avaliação interna: as duas avaliações são incomparáveis. Depois os critérios de avaliação do exame eram inenarráveis...Por exemplo: numa questão a resposta certa era " determinante demonstrativo". Se o aluno respondesse somente determinante, tinha metade da pontuação, se respondesse determinante demostrativo ( falta do n em demonstrativo) tinha zero. Outra: pedia-se aos alunos para "referir as dificuldades em...". Os alunos que enumeraram as dificuldades tinham a resposta errada. Tinham que elaborar um texto. Então não se pedisse que referissem. Quem devia ter negativa eram os que elaboraram os critérios de avaliação. Ou então eles estavam construídos para humilhar os alunos e gozar com o trabalho dos professores! Não estou a querer dizer que os alunos não tiveram a sua quota parte de responsabilidade. Sabiam, os que estavam transitados na avaliação interna, que o resultado do exame não contaria para nada. Mesmo que tivessem 1 ( a nota mais baixa possível).Estou, mas estou mesmo, fulo!

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publicado às 23:42

pescadinha de rabo na boca

por vítor, em 01.11.09

 

1 - Um homem qualquer, num café qualquer, duma cidade qualquer, insurgia-se contra a falta de educação e a violência nas escolas. Portou mal, rua. Rua da aula. Continua a ser insolente, rua da escola. A  Escola é para aprender e não para aturar quem não se sabe comportar. Não sabe aproveitar o que lhe é dado, fora.

2 - Noutro dia qualquer, aquele homem, naquele café, naquela cidade,  insurgia-se contra a falta de segurança que varria o país. Roubos, tráfico de drogas e de carne humana. Assassinatos, violência doméstica, vandalismo suburbano.

3 - Este nosso homem, neste nosso café, nesta nossa cidade é cúmplice em 1 e conivente em 2.

4 - As escolas não  podem reproduzir mecanicamente o social. Premiar quem vem já premiado. Punir quem já chega estigmatizado. De nada serve agir de forma violenta (mesmo que escudado na lei e na regra) sobre quem só conhece a violência. A Escola tem de encarar a agressividade natural de certas crianças e jovens (a brutal reprodução social é mais feroz entre os indigentes e os marginais) como um desafio. Um trabalho intensivo e desgastante, mas um desafio, diria eu, aliciante. Como um engenheiro prefere um projecto de ponte sobre um largo e caudaloso rio, a uma ponte sobre uma ribeira insignificante. Como um actor se sente realizado com Shakespeare , e se cansa de teatrinhos com bêbedos, paneleiros e cornudos ( a trilogia que tanto faz rir os portugueses e que faz o sucesso televisivo de Malucos do Riso e Prédios do Vasco). Como ler um bom livro é mais aliciante (embora exija mais empenho e trabalho) do que seguir uma telenovela do "horário nobre". Gerir tempestades é muito mais  compensador que navegar em águas mansas.

5 - Excluir, o mais fácil, é desistir de alguém. É abandonar quem só tem a Escola como meio de se integrar. Quem só no seu seio pode aceder a "um mundo novo," um mundo de igualdade, liberdade e segurança. Parece mentira, face à transpiração  da "sábia "opinião pública, mas é aqui, na Escola, que grande parte dos jovens estão protegidos da violência e das arbitrariedades do seu dia a dia. Atirá-los borda fora, para além de abandoná-los cobardemente, é condená-los à pobreza e à violência sem fim.

6 - Sem possibilidades de se integrar, uns limparão retretes ( continuarão a ser pobres e ignorantes) outros entrarão nas vidas das noites eternas. Vingar-se-ão dos integrados assustando-os e maltratando-os por gozo e, sem dinheiro e sem poder, entrarão no mundo do crime para aceder a carros de luxo, plasmas, telemóveis, poder na ponta da baioneta, mulheres, roupas fashion , e outros luxos dos ricos e remediados. O seu fim será sombrio: nos escuros calabouços ou na precoce morada eterna.

7 - Quando um aluno diz, sorrindo maliciosamente, ao seu professor "da Terra à Lua são 380 000 Klms , não são sr . professor?" O professor devia responder-lhe:"Não sei nem me interessa saber!.
Quando um aluno diz, sorrindo com desprezo, pra qué queu quero saber co Marquês de Pombal fez a cama ós Távoras?" O professor deve responder que o senhor era "mais mau" cos homens em cuecas do Wrestling e assim instigar o aluno a investigar tão interessante personalidade.

 

PS: post repetido mas muito a propósito...

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publicado às 21:47

Dina Roque, aliás a poetisa Cyombra ( um trocadilho/anagrama com a sua amada Coimbra), arrasou com a sua verve poética e com a sua empatia natural, por terras do  sotavento algarvio, durante a semana da leitura e no dia da mulher. Por praças e  ruelas, sobre o lajedo da velha cidade de Tavira e arredores, acompanhou poetas, contistas, actores e outros saltimbancos, aspergindo  palavras nas brisas envolventes e na correnteza das águas.

 

Na Escola de Monte Gordo, esta velha professora de Matemática, conquistou as plateias de adolescentes que não resistiram à irreverência da poetisa.

 

Depois de uma estadia épica em minha casa, abalou para a festa do dia da mulher, em Alte. Os seus amigos Daniel e José Bivar estarão com certeza à altura no acolhimento  deste furacão da poesia.

 

Aqui a vemos entre os alunos extasiados e com um sujeito abananado pela alucinante proximidade da artista.

 

 

 

 

 

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publicado às 18:30

Pescadinha de rabo na boca

por vítor, em 13.12.07


1 - Um homem qualquer, num café qualquer, duma cidade qualquer, insurgia-se contra a falta de educação e a violência nas escolas. Portou mal, rua. Rua da aula. Continua a ser insolente, rua da escola. A  Escola é para aprender e não para aturar quem não se sabe comportar. Não sabe aproveitar o que lhe é dado, fora.

2 - Noutro dia qualquer, aquele homem, naquele café, naquela cidade,  insurgia-se contra a falta de segurança que varria o país. Roubos, tráfico de drogas e de carne humana. Assassinatos, violência doméstica, vandalismo suburbano.

3 - Este nosso homem, neste nosso café, nesta nossa cidade é cúmplice em 1 e conivente em 2.

4 - As escolas não  podem reproduzir mecanicamente o social. Premiar quem vem já premiado. Punir quem já chega estigmatizado. De nada serve agir de forma violenta (mesmo que escudado na lei e na regra) sobre quem só conhece a violência. A Escola tem de encarar a agressividade natural de certas crianças e jovens (a brutal reprodução social é mais feroz entre os indigentes e os marginais) como um desafio. Um trabalho intensivo e desgastante, mas um desafio, diria eu, aliciante. Como um engenheiro prefere um projecto de ponte sobre um largo e caudaloso rio, a uma ponte sobre uma ribeira insignificante. Como um actor se sente realizado com Shakespeare , e se cansa de teatrinhos com bêbedos, paneleiros e cornudos ( a trilogia que tanto faz rir os portugueses e que faz o sucesso televisivo de Malucos do Riso e Prédios do Vasco). Como ler um bom livro é mais aliciante (embora exija mais empenho e trabalho) do que seguir uma telenovela do "horário nobre". Gerir tempestades é muito mais  compensador que navegar em águas mansas.

5 - Excluir, o mais fácil, é desistir de alguém. É abandonar quem só tem a Escola como meio de se integrar. Quem só no seu seio pode aceder a "um mundo novo," um mundo de igualdade, liberdade e segurança. Parece mentira, face à transpiração  da "sábia "opinião pública, mas é aqui, na Escola, que grande parte dos jovens estão protegidos da violência e das arbitrariedades do seu dia a dia. Atirá-los borda fora, para além de abandoná-los cobardemente, é condená-los à pobreza e à violência sem fim.

6 - Sem possibilidades de se integrar, uns limparão retretes ( continuarão a ser pobres e ignorantes) outros entrarão nas vidas das noites eternas. Vingar-se-ão dos integrados assustando-os e maltratando-os por gozo e, sem dinheiro e sem poder, entrarão no mundo do crime para aceder a carros de luxo, plasmas, telemóveis, poder na ponta da baioneta, mulheres, roupas fashion , e outros luxos dos ricos e remediados. O seu fim será sombrio: nos escuros calabouços ou na precoce morada eterna.

7 - Quando um aluno diz, sorrindo maliciosamente, ao seu professor "da Terra à Lua são 380 000 Klms , não são sr . professor?" O professor devia responder-lhe:"Não sei nem me interessa saber!.
Quando um aluno diz, sorrindo com desprezo, pra qué queu quero saber co Marquês de Pombal fez a cama ós Távoras?" O professor deve responder que o senhor era "mais mau" cos homens em cuecas do Wrestling e assim instigar o aluno a investigar tão interessante personalidade.

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publicado às 22:35

O Rio em Perigo (Semana Cultural)

por vítor, em 13.06.07
Filme de bonecos animados, utilizando figuras de plasticina, produzido e realizado pela turma do 5ºD, da Escola Básica de Monte Gordo. Este projecto foi desenvolvido na disciplina de Área de Projecto e coordenado pelo professor Nuno Martins. Saliente-se que se trata de uma turma de currículos alternativos com dificuldades comportamentais e de aprendizagem.

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publicado às 16:30


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