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Era uma distância entre afectos que impressionava as sombrias dúvidas do seu cabelo,
o rastejar das mãos que rasgam o oculto das palavras.Era assim que os tempos se anunciavam como presentes em carne viva anunciando a revolução dos espezinhados,
o estertor dramático das lâminas rutilantes.
Era a impossível maresia ensimesmada, a emergente lama da eroticidade caduca camuflada no onanismo predador da televisão, convocando a caminhada processional e néscia para a travessia da paisagem sem figurantes.
Quando o tempo se estatelar na frieza dos olhares a viagem será percorrida na planície incompleta a loucura ostentará a simbologia das tempestades e os inquietos e famintos aprendizes do nada navegarão sem rumo à procura das metáforas carentes da liberdade.
A passagem conforta os que não têm nada
os que procuram
os que nunca encontram.
A passagem é um caminho que reflecte as sombras do passado
enquanto dormem os inúteis sobressaltos.
Há gente que precisava de mais vidas para amar
os sinuosos tremores da paixão
as escolhas impossíveis e imateriais
os labirintos claros da impotência que sopra da juventude
difusa, larvar e narcótica.
A passagem une o que respira ilusão.
Os sonhos são a realidade por cumprir
quando da solidão nasce a palavra que embriaga
que sorve o conforto incontornável das distâncias.
Há gente que precisa de mais vidas para sofrer.
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