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o ardor que penetra os rumores antigos
inverte o sono das insuportáveis
feridas inscritas no périplo das novas recusas.
Não é uma semente sisuda a desabrochar da morte
que poderá silenciar o apelo das noites pretéritas,
da inerte sofreguidão das pálpebras sulcando
o chão coberto de lágrimas circunstanciais.
da responsabilidade que transpira o incómodo
de interpretar a sabedoria que jaz nos corpos
estranhos jorram palavras desistentes,
riscam a penumbra onde os amigos ocupam
o vazio que desoculta a página revelada
no antes impossível, no erro inesperado
que funde as partículas, no fetiche do fim
que dissolve a neblina pintada no cenário
cru da linguagem abjeta. é uma anunciação
reiniciada (toda a linguagem é abjeta) quando
a iniquidade do esquecimento aponta a dor
ao cerne da nostalgia. Cativa os que não entendem
o verdadeiro fingimento que a decadência arrasta,
o fingimento tenebroso que acarreta o medo
que implode nos subterrâneos do diálogo murmurado.
de volta ao lugar de onde saíram os vibrantes
desejos de renunciar ao todo e apascentar
gaivotas na ilusão da parede obstinada.
de volta ao fim que inunda o silêncio
e interrompe o ruído das cicatrizes envoltas
em pó petrificado nos esconsos sótãos do sonho.
a fuga é um ardor que deslumbra a impotência
dos convertidos à ilusão ruminante das portas.
MG 28/03/2011
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