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Ele anda comigo para todo o lado. Só tenho um, mas pode-se comprar, e receber, sem sair de casa. Com os portes sai "caro", mas, garanto, vale bem a pena. E, no fim, vai tornar-se barato. Bem barato.🙃
https://www.bubok.pt/livros/11730/DESTROCOS
Antologia de textos retirados de outros livros do autor. Contos absurdos e paradoxais que relatam vidas de vagabundos que se passeiam em vidas inacabadas e estranhas. Antropólogos competentes, coveiros, homens sem vida que se lhes conheça, poetas medíocres, mulheres desprovidas de memória, escritores sem talento, criaturas intangíveis e loucas, enfim, seres idiossincráticos que navegam à vista perdidos na imensa pradaria do sonho. Pesadelos que se impõem como forma de vida.
Meto-me em cada uma... o que me consola, pouco, é que há palermas, poucos, maiores ...
Tavira, 2 de maio, na Biblioteca Álvaro de Campos, perante uma plateia em estado de espanto com as diatribes do introdutor da obra.
Por pudor, e para vos poupar, apresento-vos somente a 1ª parte...
Anselm Kiefer
"Algarve - 12 Poetas a Sul do Século XXI", por António Carlos Cortez
(…)
Pertencentes à geração que nasceu nos finais dos anos cinquenta ou nos inícios da década seguinte, temos José Carlos Barros, Fernando Esteves Pinto, Rui Dias Simão e Vítor Gil Cardeira.
(…)
(…) divergem de tudo quanto seja vigilância discursiva ou teorização literária dentro do poema. Com efeito, em muito se aproximam, os poetas que têm entre quarenta a cinquenta anos, do gosto inglês (?), espanhol (?). Prefere‑se um dizer que vai mero apontamento, do sardónico e corrosivo, ao melancólico e sarcástico entregue ao tom «maldito» (especialmente em Cardeira).
(…)
Na violenta época económica em que vivemos, poetas como Cardeira e Simão, vindos da geração de oitenta, lembram‑nos, pelo inusitado de certas construções verbais e pela sarcástica adesão a um real abjecto — que se impõe em textos de forte anti‑poesia, como que desautorizando o próprio gesto da escrita — a herança «sixties» que, neles, directamente se filia com certa poesia «beatnik». Mas algo de profundamente idealizado existe nos textos destes dois autores: por detrás do salivar relativista de tudo, esconde‑ se, por vezes aquele «fetiche do fim que dissolve a neblina» de que fala Cardeira... O mesmo é dizer que, entre gerações, as várias que aqui se reúnem, a poesia, ora como acto de imaginação, ou como engenharia verbal, ou profunda meditação sobre si própria, ora como revelação íntima ou confissão em diferido, acaba por chegar sempre aos leitores que a queiram ou saibam ler. Várias vozes são aqui alvo de reunião. As entradas sobre os autores especificam o quanto este prefácio não soube dizer. Informam‑nos sobre as linhas de leitura a ter em conta quanto a estes doze poetas.
Haverá, obviamente, quem venha a julgar programática (por algum motivo obtuso...) esta edição. Não há nada de programático. Apenas o Algarve (podia ser o Porto, o Douro, ou o Alentejo, como se disse) vem mostrar como a poesia encontra sempre ruas onde não há sinais de sentido único.
António Carlos Cortez,
22 de Outubro de 2011
Sairá em breve (ainda sem apresentações marcadas) a antologia de poesia Algarve - 12 Poetas a Sul do Século XXI (Editora Livros Capital), antologia que representa aquilo que alguns dos mais importantes poetas do Algarve (naturais ou adoptados) fizeram nos últimos anos. A antologia contempla poetas com obra de poesia publicada até à primeira década do século XXI e, para além de dez poemas por autor com respectiva biografia, tem ainda um ensaio crítico sobre cada poeta, ensaio esse escrito por outro poeta.
O prefácio é de António Carlos Cortez, poeta, professor e crítico literário.
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