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se o ódio se adianta
e te prescreve a dor,
doma-o e sai para a rua,
grita como se o labirinto
que as flores desenham
no torso da nuvens
se rasgasse
em cicatrizes invisíveis
ao sentido dos duendes imorais,
grita até sentires
o eco das paredes
te atirarem no precipício
da carne a latejar de desejo
se o ódio persistir, enraivecido,
regendo os medos e as sombras,
sai do teu corpo e abandona
o odor crepuscular,
o rumor brando das entranhas,
deixa-te levar por entre as casas
do lugar, por entre a claridade
que atravessa os dias
tatuados nos sonhos incandescentes
do profeta desconhecido
estranhos tempos estão encantando
o coração das cidades, as guelras dos peixes
emergindo das redes sociais,
saudando o ódio que nos enforma
e conduz, as esculturas de lixo
rasgando a pele de animais degolados
ao entardecer, sangrando palavras
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