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As folhas das árvores cumprem o seu destino. Eu cumpro a vida. A vida sem retorno. Por entre o murmúrio das vozes polifónicas da consciência esculpida no bloco inatingível do passado, talho a viagem sem destino que o tempo transporta para o fim do futuro. O chão pisado fermenta. Quando pensas no corpo – no teu corpo -, abre-se uma cratera de sonho no desejo que te enforma e conduz. Uma exterioridade donde te contemplas como se fosse uma entidade estranha e o teu corpo um fragmento do desejo dos outros. No silêncio da tarde, apodreces e ficas sossegada vendo o futuro a esvair-se nas memórias esquecidas.
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