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S. Sebastião de Guido Reni
Apesar do clamor que tem varrido a nação, tenho-me mantido em silêncio.
Apesar do milagre da multiplicação dos golos, (ainda) não acredito em Jesus.
O ainda é apenas uma manifestação de fé. Acreditarei nO Grande, nO Glorioso até ao fim.
Fábio, o seu nome, se ainda não se aperceberam, é Fábio.
É seguramente, em termos de arte futebolística, um joga-
dor que aglutina os génios de Cristiano Ronaldo e Figo. O
talento e a criatividade flamejante de Ronaldo, a inteligência,
a frieza e a visão estratégica de Figo.
NO Glorioso parece que ainda não se deu por isso. Pelo
menos ainda não foi emprestado neste príncipio de época.
Vamos ver, se mais uma vez, não deitam fora o bebé com a
água suja.
Se fizer toda a presente época nO Maior, nO Grande, certamente,
estará para o ano que vem no Manchester United.
NO Glorioso tudo funciona na perfeição dos últimos anos. A direcção demite-se, marca eleições e... prepara-se para contratar um novo treinador. O "timing" é perfeito.
Hoje somos todos de Olhão!!!!
Na madrugada de sexta-feira (3 da manhã?), voava sobre as prenhes e calmas águas da ria, rasgando a noite sob a Lua cheia, depois de ter estado numa festa com 4 000 jovens na Ilha de Tavira. 99,9 % tinham menos de metade da minha idade. O espectáculo é arrepiante.
Um aqua-táxi voando sobre a espuma branca, atravessando a ria numa maré viva e com Lua cheia é uma experiência absolutamente esmagadora.
No Sábado, romaria com amigos de infância e adolescência ao estádio José Arcanjo degustar um Ohanense-Feirense, para a Liga de Honra (sic). Nunca tinha posto os pés no dito estádio. O meu campo de jogos em Olhão era (e será sempre) o mítico Estádio Padinha. e a esse não ia desde 1976 (?) quando o Olhanense desceu à 2º divisão para não mais lá semear paixões. Jogo muito importante para a subida do Olhanense à primeira divisão (1º classificado contra 3º) fez-nos sofrer até ao fim. 2-1 foi o resultado. Gritámos e assobiámos sem parar, contorcemo-nos, quando o feirense atacava e escancarámos os olhos durante as investidas rubi-negras (penso que até fomos pouco educados para com a equipa de arbitragem e seus familiares próximos) mas valeu a pena: estamos mais perto de ter um clube algarvio nas mais altas esferas do pontapé na bola luso.
Claro está, que à volta, não resistimos aos caracóis do Primo, nos Cavacos, e, depois, às estupidamente geladas imperiais do D. Manuel e aos seus afamados ... tremoços.
PS. Nesse mesmo Sábado, Aquele que não ouso pronunciar o nome soçobrava, na Luz, perante os estudantes de Coimbra. É uma agonia insuportável que temos que carregar até ao fim. Ao fim do princípio que é já amanhã.
Mais dois dias de vidas que passam.Como todas as outras, inúteis ou úteis. Como todas as outras, estranhas e sem sentido. Dois dias que já soluçam nas revoltas e sombrias torrentes da memória.
Os cavalheiros dO Glorioso (refiro-me aos jogadores, naturalmente), sabendo que o penalty assinalado durante o tempo regulamentar tinha sido "inventado", deram dois de avanço aos leais adversários, durante a série de cinco penalidades tira-teimas. A generosidade não foi aproveitada (claro que nabos há em todo o lado, mas falhar 3 em 5, francamente) e lá tivemos que levar a taçinha ( sim, a taçinha, aquilo não vale a ponta de um corno) prá Luz.
O tal penalty fantasma ( que lamentamos sinceramente, ih,ih,ih...) não pode justificar, agora, a gritante falta de jeito para os marcar. Olha se os cavalheiros (perdão, os jogadores) dOs Encarnados fossem da mesma colheita. Nem empatado tinham no tal de período regulamentar. Jogam pouco, eu sei, mas nos penalties até não são dos piores.
O Glorioso retirou-se na 2ª parte e, mesmo assim, sem contendor, só conseguiram ganhar por 1. O que é que esperavam com uma equipa que nunca abandonou o campo?
0-5!, em casa! Cá no ninho dO Grande, dO Inominável, isso nunca aconteceu, nem acontecerá!
Hoje, finalmente, tivemos O Glorioso à altura dos seus pergaminhos. Uma primeira parte em grande: magníficas transições defesa ataque, pressão alta super eficaz, passes inteligentes envolvendo todos os jogadores, bloco defensivo coeso e bem coordenado. Na segunda parte alguma retracção que se tem verificado em todos os jogos em que O Grande, O Inominável se adianta no marcador. Mesmo assim os dragõezitos apanharam um baile de bola em quase toda a partida e nem sequer fizeram sentir o lume brando da sua chama. Não fora uma grande penalidade inventada, e a vitória, MERECIDA, teria vindo para Os Encarnados.
É pena que Suazo, Reys e Di Maria não rendam o que deles se espera e esperava. Di Maria esteve mesmo desastrado e se tivesse tino o resultado teria sido bem diferente. Saúde-se, no entanto, a subida de rendimento de Aimar, quer física quer tecnicamente, que promete grandes dias para O Glorioso.
A figura de proa rasga as rudes e imprevisíveis contingências das tempestades. Mas a espuma que nos asperge o rosto é um elixir que nos transporta ao transe absoluto da loucura...
"Quase todos nós tínhamos, até então, resistido ao choro: quando, porém, o vimos tomar o veneno e que esvaziara o copo, não pudemos mais. A mim as lágrimas corriam-me em fio; e, velando a face, deixei-as livremente correr, lamentando não tanto a Sócrates, como o meu próprio infortúnio por ver-me privado de um tal companheiro. nem sequer fui o primeiro, porque Críton, ao não conseguir refrear por mais tempo as lágrimas, tinha-se posto a pé e afastado, e eu segui-o; e nesse momento, Apolodoro, que havia estado sempre a chorar, irrompeu num sonoro pranto que fez de todos nós cobardes. Apenas Sócrates manteve a sua serenidade.
Que estranho clamor é este? Mandei embora as mulheres para que não pudessem causar tal desconforto, porque ouvi dizer que um homem deve morrer em paz. Façam silêncio, então, e tenham paciência.
Quando o ouvimos falar assim, tivemos vergonha e sustivemos as nossas lágrimas, e Sócrates caminhou um pouco mais até que, disse ele, as suas pernas começaram a falhar, e deitou-se então de costas, e o homem que lhe deu o veneno olhava de quando em quando para os seus pés e pernas; e passado algum tempo, pressionou com força o seu pé e perguntou-lhe se o conseguia sentir; e ele disse que não; e depois a sua perna, e cada vez mais para cima, e mostrou-nos que ele estava frio e rígido. E ele próprio o sentiu e disse:
Quando o veneno atingir o coração, será o fim.
Estava a começar a ficar frio em redor das virilhas, quando descobriu a cara, porque se tinha coberto, e disse (e estas foram as suas últimas palavras) - disse ele:
Críton, devo um galo a Asclépio. Lembrar-te-ás de pagar a dívida?"
Platão,Fédon, Diálogo sobre a Imortalidade da Alma.
PS: Depois de mais uma tragédia em Atenas, vou ali tomar a minha cicuta e não me chateiem nos próximos dias.
PS2: Espero bem que o Vieira não se esqueça que também deve um galo... aliás uma capoeira inteira, aos crentes nO Glorioso dos gloriosos, nO Maior entre os maiores.
PS3: Foda-se.
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