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Como uma serpente violeta aos saltos na floresta
cheguei aqui
onde o mar explode em reflexos
de luz de crisântemos.
Como serpente apaixonada pela mulher
na paisagem abandonada
outrora rasgada pelo calor da água.
Cacela Velha (7-1-07)
Foi tão pequeno por ti
O momento da palavra descalça
Na areia impossível de entender.
Sempre sozinho trará leituras
Para conseguir espreitar
Os barcos.
Em vão drogas atiradas ao mar e nunca
Recuperadas por corpos suados do mar
E punhos com latidos de lá.
Procura nos teus sonhos
Mulheres de costas voltadas ao Sol.
Rebentou um canhão na província.
Os camponeses procuraram não rir.
Recito serpentes alienadas
Monstros na superfície do silêncio
Rebento os poros aquáticos
De corsários na dança dos espelhos
O pus nu das tranças enjauladas.
Pomba sem ramos
Ecos de um olhar que não entendo
Abraço cru na noite lacrada.
Tudo o sinto por ti
E por ti recito serpentes alienadas
Por flautas do pensamento.
Vem, passo na noite
Canção embriagada pelo vento
Nas fraldas da tempestade homérica
Em garrotes fascizantes .
Adoro-te e por isso arquitecto árvores
Até à eternidade ...
Acorda
Acorda aquela mulher.
Tens uma moeda?
É noite
A madrugada pressente-a
Acorda
Vem à cidade
E grita com os cabelos revoltos.
Acorda
Não deixes a noite morrer
Sem me contares a tua história,
A tua interpretação do sonho.
Acorda
Acorda aquela mulher.
Tens uma moeda?
É pedra
Montanha de medo e sombra.
O filho do homem
Esperou sem sono.
Tens uma moeda?
Não, aquela mulher não se vende.
Sem direcção absoluta.
Linhas tortas que entoam
Sinaléticas mortais.
Escreves contra a coragem dos alinhados
Contra os que dizem sim
Não sabendo o que é ser livre.
Contra tudo, sem paz
E atabalhoadamente simples.
Escreves como serpente na terra leve.
Não há truques
Sorves a animalidade dos restos
Hipnóticos dos muros envolventes.
Escreves palavras, sons malditos
Que verberam as mentes sábias
Palavras uivantes na chuva irradiante
Uma escola sem aprendizagem
Na lenta escuridão dos séculos
Larva semiótica na pele quebradiça,
Nas dunas prenhes
Do sedimento vital e cru.
Escreves ao sabor das correntes sem dor
Dos cômoros de pólvora lavrada
Num fim de tarde na esplanada fria.
Escreves no sonho, antes do pesadelo
Na cruenta noite do sexo
Encantando sílabas pessoais e impróprias
Revelando saltos no texto infinito.
Mais que isso, vivo sem portas,
Sou o ácido
Que devora a sociedade?
A gregaridade primeva?
T(r)oco-a e sofremos
Rasgo-a e a solidão podre aplaude.
O poder é uma pena
Que cai lentamente
Ajudada pela pressão
Dos nossos braços
A manter-se
Religiosamente nos montes.
a revolução é um contrabalanço de poder, embora, inconscientemente, todo o revolucionário tenha como adquirido que ela é a sua destruição total.
A contenção da laranja
irrompe na escuridão global
da gramática improvisada
espelho virtual
em combustão.
Terminologia invulgar
na precedência dos ciclos
intemporais e inúteis,
na lâmina escorrendo
confluências sanguíneas
em relações implementadas a
dois.
Eu e a minha
natureza morta.
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