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Hoje, finalmente, tivemos O Glorioso à altura dos seus pergaminhos. Uma primeira parte em grande: magníficas transições defesa ataque, pressão alta super eficaz, passes inteligentes envolvendo todos os jogadores, bloco defensivo coeso e bem coordenado. Na segunda parte alguma retracção que se tem verificado em todos os jogos em que O Grande, O Inominável se adianta no marcador. Mesmo assim os dragõezitos apanharam um baile de bola em quase toda a partida e nem sequer fizeram sentir o lume brando da sua chama. Não fora uma grande penalidade inventada, e a vitória, MERECIDA, teria vindo para Os Encarnados.
É pena que Suazo, Reys e Di Maria não rendam o que deles se espera e esperava. Di Maria esteve mesmo desastrado e se tivesse tino o resultado teria sido bem diferente. Saúde-se, no entanto, a subida de rendimento de Aimar, quer física quer tecnicamente, que promete grandes dias para O Glorioso.
A figura de proa rasga as rudes e imprevisíveis contingências das tempestades. Mas a espuma que nos asperge o rosto é um elixir que nos transporta ao transe absoluto da loucura...
"Quase todos nós tínhamos, até então, resistido ao choro: quando, porém, o vimos tomar o veneno e que esvaziara o copo, não pudemos mais. A mim as lágrimas corriam-me em fio; e, velando a face, deixei-as livremente correr, lamentando não tanto a Sócrates, como o meu próprio infortúnio por ver-me privado de um tal companheiro. nem sequer fui o primeiro, porque Críton, ao não conseguir refrear por mais tempo as lágrimas, tinha-se posto a pé e afastado, e eu segui-o; e nesse momento, Apolodoro, que havia estado sempre a chorar, irrompeu num sonoro pranto que fez de todos nós cobardes. Apenas Sócrates manteve a sua serenidade.
Que estranho clamor é este? Mandei embora as mulheres para que não pudessem causar tal desconforto, porque ouvi dizer que um homem deve morrer em paz. Façam silêncio, então, e tenham paciência.
Quando o ouvimos falar assim, tivemos vergonha e sustivemos as nossas lágrimas, e Sócrates caminhou um pouco mais até que, disse ele, as suas pernas começaram a falhar, e deitou-se então de costas, e o homem que lhe deu o veneno olhava de quando em quando para os seus pés e pernas; e passado algum tempo, pressionou com força o seu pé e perguntou-lhe se o conseguia sentir; e ele disse que não; e depois a sua perna, e cada vez mais para cima, e mostrou-nos que ele estava frio e rígido. E ele próprio o sentiu e disse:
Quando o veneno atingir o coração, será o fim.
Estava a começar a ficar frio em redor das virilhas, quando descobriu a cara, porque se tinha coberto, e disse (e estas foram as suas últimas palavras) - disse ele:
Críton, devo um galo a Asclépio. Lembrar-te-ás de pagar a dívida?"
Platão,Fédon, Diálogo sobre a Imortalidade da Alma.
PS: Depois de mais uma tragédia em Atenas, vou ali tomar a minha cicuta e não me chateiem nos próximos dias.
PS2: Espero bem que o Vieira não se esqueça que também deve um galo... aliás uma capoeira inteira, aos crentes nO Glorioso dos gloriosos, nO Maior entre os maiores.
PS3: Foda-se.
Perante o espanto dos dragões nas terras do sol nascente, O Glorioso, O Grande, O Maior ilumina (como um "lampião" que se transforma no Farol de Alexandria) os céus de Oriente a Ocidente: Nelson Évora, medalha de ouro, no triplo salto; Vanessa Fernandes, medalha de prata, no triatlo e Angel Di Maria, ouro ou prata, no futebol. Maior que o país, O Glorioso consegue mais medalhas do que o próprio país de que é a alma.
Camisola do Glorioso com Biblioteca ao fundo. Duas das minhas paixões! Livros e futebol.
Ontem lá estive no Torneio do Guadiana, como não podia deixar de ser, com os outros dois crentes cá de casa e um amigo especial sportinguista.
Do jogo do Maior contra o Blackburn Rovers, nada de especial. Da equipa inicial não conhecia metade e não fora os meus filhos, bem informados sobre as novidades do plantel, tinha saído de lá ainda mais confuso do que saí. Desculpa-se então a anarquia táctica dos rapazes. O melhor da noite ainda foi o Binya. Se conseguir controlar as suas entradas, antes e depois de tempo, sobre os adversários, habemos jogador. Mas diz que vai para o Estrela da Amadora...
Para vos dizer a verdade, aqui que ninguém nos lê, o melhor da noite foram mesmo as bifanas e as imperiais antes do jogo...
Sábado, metido em cerimónias culturais pela cidade de Vila Real de Santo António, não consegui dar uma espreitadela ao jogo do Glorioso. Ao primeiro jogo da época. Chegado a casa tarde e porcas horas nada vi ou ouvi sobre o desempenho do Maior.
Levanto-me pelo meio-dia e corro a comprar o meu jornal. Vou directamente à secção de desporto e... nem uma linha, nem uma palavra sobre o primeiro jogo da temporada do Maior Clube do mundo.
Notícias do Abel Xavier e desse fantástico La Galaxy mas dO que garante a existência de 6 milhões de portugueses, nada.
O Público anda a rastejar mas parecia-me que ainda não tinha chegado ao fundo...
Sem emoção, drama e imprevisibilidade o desporto é apenas um enfastidiante desenrolar de procedimentos previsíveis e bocejantes.
Sem equidade no cumprimento das regras, qualquer actividade humana desprestigia quem nelas participa.
Ontem fez-se História no decepcionante paradigma do desportivo nacional numa modalidade em que também me orgulho de ter sido atleta federado, no Clube de Vela de Tavira, e na qual ostento o título de Campeão Escolar do Algarve, na distante época de 1973/1974 (treinado pelo Grande Professor Américo Solipa, treinador e amigo), numa também dramática final contra a Escola de Silves, no velhinho pavilhão da Escola Afonso III, em Faro. O meu, aliás O nosso, Glorioso mostrou o que vale e o respeito que tem pelos seus adversários leais.
Numa final impressionante ( à melhor de cinco partidas e depois de empatados a duas) em que o resultado pendeu alternadamente para os dois lados até ao apito final, O Glorioso, O Inominável, O Grande, O Maior mostrou porque é o melhor clube do mundo. Depois de 70 minutos de jogo intenso e impróprio para cardíacos, os jogadores das duas equipas alavancaram-se à condição de heróis eternos. Venceu O melhor por 35-34, na presença do recém-empossado director desportivo, Rui Costa, e da águia Vitória. E isto tudo sem telefonemas manhosos, viagens ao Brasil, "frutas eee...róticas", jantares, almoços e lanches e negociatas em casas de alterne (contra as quais, as casas, note-se, nada tenho a apontar, pelo contrário...).
Contra uma presidência imbecil e a predadora hegemonia do futebol, o andebol mostrou a sua pujança e a fibra dos verdadeiros crentes nO Glorioso.
E pluribus unum!
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