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Os cactos rasgavam o alcatrão na estrada ardente. Fomos partilhando pedras rasgadas por rubis. As cumeadas das serras distantes embalavam os sonhos da multidão e a estrada leva às portas da anunciada sabedoria.
Queres comer uma pedra, disse-lhe levantando o joelho à altura dum sorriso.
Eu levanto-me e curvo-me perante a voz rouca do vulcão.
Queres rebolar na erva seca? Respondeu-me sem convocar a minha ignorância. Não, os passos que partilhamos não compreendem os calhaus que calcamos, que calcamos na longa solidão dos tempos. Falta-me consistência nos passos que tento imprimir no lodo do caminho. O vento transporta-me como folha em Outono agreste.
Começar para nunca mais entender o amor. Mulheres sem lábios aproximam-se cansadas procurando soletrar as palavras que nos ousam anunciar. As letras caem no caminho como dentes metralhados na noite.
Onde se instalaram os vermes da correria paralela?
Na cama rejeitada pelos ossos chocalhantes, na plasticidade do metal, onde partes para nunca mais. Onde entendes a morte nos cais da premonitória incerteza. Nas fracturas intermédias do tempo inacabado.
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