Estrebuchas na levitação
da noite morna
da noite funda e silenciosa.
As perguntas que ergues na penumbra
não respondem aos mitos,
ritos selvagens de desespero
no limbo do apocalipse.
Os teus camaradas
não respondem, não ouvem
os gritos do embaraço inútil
da convocação dos desejos milenares.
Revolves os lençóis encharcados
de secreções animalescas
onde o sexo apodrece sem afectos,
onde a horizontalidade dos corpos
prenuncia o féretro adiado.
A vida rola ao contrário
na irregularidade das memórias deficitárias.
Quando sorris todo o saber se desloca
para as sombrias e profundas cicatrizes
da desesperança terminal.
Os conflitos afluem no deserto inqualificável
e sonolento.
Neles encontras a perenidade das calmarias
enquanto a mão profana
avança entre as nádegas
à procura do sexo incompleto.