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O mau tempo entrava friamente por debaixo da porta. Confesso as pestanas geladas ( no cinema da esquina vislumbram-se mulheres estrangeiras sem qualquer tipo de pestanas).
- A grande dificuldade está no encontrar das provas...
Disse ela. Não fui eu. Aliás, como já se provou, tudo está provado. Por isso já não há regras, há modelos...
Tenho fome e aumento a ração de caramelos amarelos. As orelhas cheias de cócegas rejeitam toda a história da humanidade. Há alguns alunos interessados na busca de sal e exigem uma cadeira de iniciação à pesca do parracho ( peixe da família do linguado, porém pobre ).A professora cede extasiada com tão científica argumentação.
Paris treme de frio, em Alfama bebe-se branco-velho, em minha casa é costume dar-se sardinhas ao papagaio ( só a minha avó, a Adelina, lhe dá caramelos ).
A teoria da professora apoia-se em três cidades de província, como já quase o aflorara o saudoso dr José Estrudes três séculos antes de Picasso, (AP) - só por curiosidade do leitor, uma delas era a fermosa Tavira . Segundo tal concepção o parracho ( primo-irmão pobre do linguado ) seria a alma errante de D. Afonso Henriques à procura de reino para alargar.
Procuro orelhas para alargar o meu depósito de papéis envolventes. Olho longamente para o colega da frente, conhecido pelos seus frequentes romances com galinhas amestradas pretas. Para ele, que toma sempre atenção às aulas, a professora é uma galinha gigante, preta e amestrada (como Charlot foi um galo para o amigo ).
Enterro-lhe um papel, com odor a caramelo, na orelha receptora e ele sai, cacarejando de mansinho, do meu lugar.
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