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Quando não falam em ti, apodreces.
Os dias passam e ocultas-te
Na pequenez da solidão que ensombra
As palavras indiferentes.
A quem interessa a estrofe sem leitor,
A porta escancarada na parede esburacada?
Lembra-te do tempo sussurrado,
Indiferente, revolvendo a terra húmida
Onde latejam vermes inconfundíveis
Que fecundam as trevas. Ninguém
navega sem conseguir entender as correntes
Que conduzem o devir. Ninguém se
Desconstrói quando o corpo resvala
Na ladeira que se ergue ante ti.
As ladeiras só existem na tua
Cabeça e o que procuras não está
Do outro lado da vida. Está aqui,
Junto às tuas mãos!
A outra margem só existe na penumbra
Do crepúsculo e mesmo assim
Só a acedes enquanto espuma
Evanescente. Espuma que encanta
Os que nunca se encontraram mesmo
Quando habitam vontades semelhantes
E percorrem veredas paralelas. Quando
Os olhares divergem do que realizas e és,
Da esteira difusa que cobre o passado
A que não podes voltar, reages
Como se a dor fosse uma impossibilidade
De regresso aos campos de restolho onde
O sexo convoca a inocência nas contendas
Do susto e do medo.
A ausência transforma-se num colapso de desejo,
Numa inusitada falência da vontade em
Penetrar o silêncio da realidade sarcástica.
O significado do ato envolve o que rejeita
A perplexidade, apodrece no tempo,
Na perdição que naufraga na escuridão e
Responde ao ego ausente.
Debaixo das nuvens moram os que não sabem saltar
Ao eixo nas noites eternas.
MG 14/06/2011
A partir de agora a quinta produz a energia que consome. E ainda vende uns watzitos...
Depois das águas quentes, a energia toda.
Após um longo período de gestação, hoje, foi parido este...
Como sempre, uma produção edições CATIVA
Estas escrituras são a ganga daquilo que me propus escrever quando comecei o blogue Quinta Cativa. O que não encaixa numa escrita que pode ser considerada uma tentativa de produção literária. No entanto, encontro, no que a seguir virá, às vezes, uma força que não poderia deixar à deriva num blogue perdido no mundo cibernético. Por isso resolvi “editar” o que, em princípio, não seria para editar.
Estas reflexões e desabafos foram sendo postados ao longo dos anos de acordo com acontecimentos reais que foram ocorrendo e com estados de alma, muitas vezes, datados ou formatados pelo tempo que passa. Quase sempre acompanhados de imagens ou música, que os completavam, não encontramos neles um fio condutor e, as mais das vezes, falta-nos a coisa que o despoletou. Desta forma, a sua leitura pode tornar-se confusa e pouco compreensível.
O livro está dividido em quatro grandes capítulos para poder obstar a estes inconvenientes estruturais e hermenêuticos:
A – Política: guerra e sociedade.
B – Antropologias e outras artes.
C – O caminho da morte.
D – Cenas campestres.
E – Futebóis e outro jogos.
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