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Hoje estou por aqui.
Amanhã por terras de Gaudi.
Fábio, o seu nome, se ainda não se aperceberam, é Fábio.
É seguramente, em termos de arte futebolística, um joga-
dor que aglutina os génios de Cristiano Ronaldo e Figo. O
talento e a criatividade flamejante de Ronaldo, a inteligência,
a frieza e a visão estratégica de Figo.
NO Glorioso parece que ainda não se deu por isso. Pelo
menos ainda não foi emprestado neste príncipio de época.
Vamos ver, se mais uma vez, não deitam fora o bebé com a
água suja.
Se fizer toda a presente época nO Maior, nO Grande, certamente,
estará para o ano que vem no Manchester United.
Foto gentilmente surripiada a Claudia F.
Em Agosto o Algarve torna-se complicado. Não para que os que nos visitam pois esses são os responsáveis pela complicação de que vos falo. São "os agostinhos" epíteto que um meu amigo olhanense lhes aplica porque convergem todos a esta maravilhosa terra em Agosto. Aliás o que acontece em todos os Agostos em todas as terras turísticas do mundo.
Vais comprar o jornal, já acabou. Vais meter o euromilhões, está uma bicha até à rua do fundo. Vais tomar um café, não tens mesa. Vais ao restaurante, esperas 2 horas pela mesa, duas pelo empregado, duas pelo conduto e duas horas pela conta. E tudo aos repelões, com caras de caso e com os agostinhos a refilar e amuados com a confusão que eles próprios criam.
Hoje para fugir a este estado das coisas fui dar uma voltinha na minha velha Honda. Barrocal e Serra (até para ver como é que isto vai de incêndios), tudo fantástico como sempre. Santa Rita, terra da minha mãe Rita, serena e acolhedora (uma construçãozita aqui e ali esquisitam mas aceita-se). Quando me ia deitar na curva para a Quinta da Cativa um pensamento mau (normalmente bom) invadiu-me a cachimónia: um cigarrinho na Fábrica. Ria e mar com Cacela-a-Velha a espreitar lá do alto. Este, habitualmente bom - pese embora os malefícios do tabaco -, espreitar da ria, constitui um dos melhores divãs para a minha frágil e convulsa mente.
Quando cheguei ao cruzamento, na estrada que leva do Ribeiro do Álamo e Cacela-a-Velha, já os automóveis tomavam conta das duas margens do alcatrão. Quando entrei na estrada da Fábrica, a loucura já era assinalável: carros dos dois lados da estreita via quase impediam a passagem de um carro, os cruzamentos eram manobras dignas dos melhores pilotos de moto trial. Dentro da localidade a loucura era total: nós de tal forma complexos impediam a maior parte dos carros de prosseguir o caminho que os seus ocupantes tinham delineado. À primeira vista pareceu-me que só pelo ar ou pelo mar. Com a minha velha e dedicada mota, lá fui furando como pude entre aquela amálgama de lata e plástico e pus-me dali pra fora rapidamente e doente com a alucinante experiência vivida.
Como é possível que tanta gente se sujeite a tanta dor para ir e vir "descontrair" até à praia. A praia da Fábrica, garanto-vos é uma coisa do outro mundo. Mas o querer não pode constituir nunca a morte do querido e do ...querendo.
1929-2009
Quando eu era menino ouvia-te na rádio. A aldeia toda te ouvia. Depois entraste pela janela interior da televisão e ficámos a saber que eras um homem pequenino e simpático. Nunca mais nos deixámos e nunca mais nos deixaremos. Deste-nos tanto em troca de nada. Tu eras um homem dos maiores que já conheci. E sempre tão simpático. Tenho a certeza que a aldeia (tão diferente dos tempos da rádio e da tv a preto e branco), toda a velha aldeia, te chorará com a mesma emoção com que te adorava e ria com as tuas palavras e, depois, gestos de criança desajeitada.
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