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Dina Roque, aliás a poetisa Cyombra ( um trocadilho/anagrama com a sua amada Coimbra), arrasou com a sua verve poética e com a sua empatia natural, por terras do sotavento algarvio, durante a semana da leitura e no dia da mulher. Por praças e ruelas, sobre o lajedo da velha cidade de Tavira e arredores, acompanhou poetas, contistas, actores e outros saltimbancos, aspergindo palavras nas brisas envolventes e na correnteza das águas.
Na Escola de Monte Gordo, esta velha professora de Matemática, conquistou as plateias de adolescentes que não resistiram à irreverência da poetisa.
Depois de uma estadia épica em minha casa, abalou para a festa do dia da mulher, em Alte. Os seus amigos Daniel e José Bivar estarão com certeza à altura no acolhimento deste furacão da poesia.
Aqui a vemos entre os alunos extasiados e com um sujeito abananado pela alucinante proximidade da artista.
Boris Vian, um dos meus escritores preferidos, nasceu há 89 anos. Quem nunca leu "Hei-de Cuspir-vos na Campa", não leu quase nada.
Hoje apetece-me sair de meia branca, camisa aberta mostrando os pelos do peito e lamber a faca ao jantar. Depois de uma semana de imersão cultural, quatro dias seguidos de noitadas artísticas, fiquei cansado. Cansado de artistas.
A censura está em toda a parte. As estratégias de captura do ascensor social, subtis e indeléveis, impregnam toda a esponja tribal.É uma tortura silenciosa que arrasa os mais frágeis, os que não têm resposta a esta violência opressora que consome a energia do outro enquanto outro.
Os ritos desconstrutivos são tanto mais eficazes quanto mais forem apontados à hipocrisia dominante. A liberdade é um espaço sem escala cultural. O veículo que nos transporta ondula nas descontinuidades mentais dos que a amam e respeitam. Os que leva sempre traz.
Regressado ao ermitério da Cativa, descansarei até não mais...
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