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As respostas são sempre as mesmas...

por vítor, em 27.02.07

 

 

 

 

 

 

 

A resposta, meu amigo, está soprando no vento!

( ladrão que rouba a ladrão tem ....! Não é João?)

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publicado às 16:55

O Xadrez e a Vida

por vítor, em 27.02.07
A vida é uma longa partida de xadrez. Só que , na vida, se pode, por vezes,  jogar sem mexer em peça alguma...

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publicado às 16:46

Poemas de Amigo III

por vítor, em 26.02.07

 

 

 

 

 

A propósito, conheces a destreza dos sinais

do vento, a dissecação de rumores subindo

pelo corpo ao murmúrio dos cabelos. São

desenhos que alimentam o olhar fugidio pela

água parada, a procura de pequenos animais

ancorados numa distância irremediável. Em vão

segregas outros rumos inclinados, pormenores

de infância vaticinam a indolência das palavras

onde escarras os dias. Surge uma casa

ou outra casa onde te convidam ao aconchego

de trocares os atalhos da pele. Saberás,

mesmo no escuro, ler um corpo palmo a palmo,

onde descobres um coração pernoitando só,

ao leres devagar a humidade muita pela

casa acesa.

 

Acordas aí da modorra de pequenos cristais de

solidão, sabes que é inverno e caminharás

para dentro e para fora da indizível língua

de fogo para repousares no vértice da água.

 

 

 

 

 

                        O cavalo acende-se por si

                   quando uma nêspera que cai apresenta 

                   um pássaro comedoiro.

 

                   Quando o animal hipantropo não perfuma

                   os recantos inacessíveis       eis um vento azul

                   que pernoita os sulcos quase verdes

                   da fome e da sombra.

 

                   Mesmo quando se não acende

o animal existe!

Risca a ressaca dos muros com mãos de relâmpago

                   e troveja ainda no crepúsculo dos galos...

 

                   Às vezes sobra a noite quando

                   uma rusga de silêncios

                   cai apagada

                   sobre a fuligem do cavalo.

 

                   O cavalo acende-se por si

                   perante o não sol.

 

                   Mesmo quando a bruma deambula

         de rosto em rosto!...

 

 

 

 

                            Digo o fim da rota

                            remota               

                            enquanto se não reinicia.

                                       

                            Respiro veloz a voz que percorre

                            o rosto da vela inacabada.

 

                            Rente ao fulgurante vento         

                            a esconsa rua

                            o corpo sentado à beira-mar.

 

                            Não vejo os barcos. São mil.

                            Enquanto nómadas no deserto do mar

                            sei

                            da lua não

                            mas os caminhos...

 

                            A parede do gesto repete-se.

                            Digo o fim repetido.

 

 

 

 

 

 

 

                                      ELEGIA DAS BOAS MANEIRAS

 

 

 

 

                   Obrigado obrigadíssimo obrigadinho obrigadão

                   é assim esta canção

 

                   Obrigadão obrigado obrigadíssimo obrigadinho

                   é assim tanto carinho

 

                   Obrigadinho obrigadão obrigado obrigadíssimo

                   é assim o vil ofício

 

                   Obrigadíssimo obrigadinho obrigadão e obrigado

                   já me sinto deslocado

 

 

 

                            Sei que sou por vezes inconsequente

                            porque não entendo

                            a beleza

                            da violência física...

 

 

 

 

                            tenho um grilo em casa                       

                            um charro no bolso

                            alguém no coração

                            um polícia em cada desgraça...

 

                            sou da mulher

o cigano de feira em feira

                            da mulher...

 

                                   será a ideia de deus mais útil

                            do que outra ideia qualquer?...

 

                            quase tudo faremos por uma sanduíche

                            d eternidade...

        

 

                                        MONÓLOGO

 

 

 

                     Criação:

 

                     vivem pelas arqueologias do silêncio

                     reunidos durante as cálidas insinuações

  do fogo sob a pedra

 

  Orgasmo:

 

  palavras marmóreas aéreas descem

  à fixidez do vermelho

 

  Solidão:

 

  a solidão transporta o rosto

  para a penumbra dos esgotos

  única musiqueta de todas as maneiras

  intransponível

 

faca

 

  aparecem na babugem os peixes mortos

  até isso te vai parar

  às tuas mãos sózinhas

 

  Morte:

 

  sibilina modorra desprende a língua do fruto

  na mutação das chuvas o rio engorda

  um objecto cortante arde-te frio nos dedos

 

  sei a pulsação do sangue

  digo logo para mim

  essa nuvem

  rebente profusa em teu pobre peito

( de Rui Dias Simão )

 

 

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publicado às 22:35

Poemas de Amigo II

por vítor, em 23.02.07

 

 

 

 

 

 

Do pó das escadas

dos novelos das estalagtites

das aranhas

ressurgem as memórias da ternura

das tuas mãos prestáveis

à procura de uma pequena luz deixada ca-

ir no chão: um beijo

na sincera era do galope.

 

Estarás em casa?

 

A seta indica o regresso da tribo intacta:

tua boca na minha rua pelo universo fora.

 

Ver-te-ei daqui

quando te sonho fora do sonho?

 

O arco-íris do vento

das searas no polegar dos pastores

tem constelações de Miró na cabeça. Ora

essa:

 

na paisagem constipada

quando perco alguns sossegos

começo a sair à noite

repenteado de morcegos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A progressão aquática da vírgula descalça o

náufrago – olhos de dezembro

na miopia das areias rastejantes, é assim

o recomeço de todas as linguagens.

 

A árvore o barco a quilha da vicissitude

aquática

o mimetismo da espuma no núcleo

da sombra

quem espreita pela fechadura de deus?

eis um resultado nómada.

 

40 braços do que pensas enquanto

o sonho levanta uma heresia?

 

A progressão aquática da vírgula

descalça o náufrago.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Julho é sempre um mês de adormecer

sobre a água. Ou de morar dentro das

árvores e demorar. Tanto faz. O corpo

não hiberna nas ideias nem nunca é julho.

Sou filho do espanto e não sei pensar.

Minhas palavras não sabem dizer

bom-dia. Nenhum sexo rima nenhum

pudor sonha. Sequer o meu barco é de

papel. A minha poesia é apenas pura dentro

do sono mimético da curva: o olhar parado

na sua estreiteza – a sede a miragem

o deserto.

 

Julho é quase sempre um mês de adormecer

sobre a água. Mas a saudade não deixa

ninguém dormir. Devo dizer: julho,

esse lento animal, é este tempo de sonhar

sobre o começo da pele na nudez incerta…

 

Da água nascem os bichos, único gesto

que se desprende do mar;

a mesma ilha sobre o dia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Todo o homem merece um automóvel

(um automóvel melhor)

um cão para vigiar a virgindade das plantas

uma língua tatuada de camões

e um saco de plástico

para as indisposições…

 

Todo o homem merece… um sexo de dúvidas

Acompanhado de drogas legais

Um papagaio

Uma criada nua…

 

Todo o homem merece… uma ilha

Peneirada por borboletas nocturnas

Uma nota de música

A dizer-lhe que está sozinho

No centro da tela

Dos animais da sua cabeça…

 

Todo o homem merece

O seu nome de papel d embrulho…

 

 

 

 

 

                            AS PERNAS INTELIGENTES

 

                                                        para Rui machado

                                                        ou a felicidade por um fio

 

                           “O protagonista não concorda com o espelho”

                                                                           Almada Negreiros

 

                   nunca é triste dizer que sem a mulher

                   as palavras não seriam

                   a erógena maré sempre revisitada.

 

                   as pernas inteligentes dominam a paisagem

                   se um pássaro respira na curva dos joelhos

                   que nome dar ao princípio da alegria.

 

                   dize se uma lágrima

                   não pousa no recanto dum lábio

                   entre uma ternura uma cerveja.

 

                   as pernas intocáveis já não são

                   o centro do século

                   as ninfas pereceram sob os pés

                   brilhantes n areia.

 

                   compreender não é vulgarizar pres-

                   sentimentos

                   mas

                   os fios da libido que tecem a madrugada

                   conduzir-me-ão ainda a uma pele

                   sem riscos de moedas.

 

                           “A mulher com quem o protagonista vai

                             já não é a mesma que vai com ele”

                                                                Almada Negreiros

 

                   o lugar dela à janela

                   os dentes quase gastos das pastilhas

                   os cães.

(de Rui Dias Simão)

 

 

 

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publicado às 21:40

Poemas de Amigo

por vítor, em 23.02.07

 

 

 

 

 

           PAISAGEM AZUL DA SALIVA

 

 

 

Tens a boca prenha do tácito discurso dos relâmpagos

deitas por fora uma nódoa plural no mel da manhã…

que sono procuras? que equinócio absorve o fulcral

lume das papoilas e dos dentes? que sangue

respira o suave piano do níveo dia?

 

 

Quem derruba a polissemia dum olhar diagonal?

a paisagem azul da saliva, a cal e o rastro

enquanto o rosto acende a luz…

(múltiplos insectos ao redor das lâmpadas acesas)

 

               HIPANTROPIAS

 

 

     (percursos e ironias

de um herói ói)

 

 

 

1.    Os cavalos deambulam pela tua ternura a terra do olhar galopa

sob a pata dos cavalos –

 

no piafé do vento.

 

Trago outro nome para inverter a crina

dentro das muralhas sensuais –

 

sobre a reacção informe.

 

2. Quem penetra o sentimento enquanto

os cavalos suspensos se proclamam no limiar

do sol no focinho da água?

 

Os obstáculos foram criados para se

saber da noite no corpo da mulher

qualquer palavra pode criar um novo

clítoris outra lua à beira da carícia.

 

3. Digo a alegria da casa enquanto selva.

 

4. Resta apenas erguer um pequeno braço de mar

e levar-te: aproximar os regimes de dentro

à fulguração das horas incandescentes.

 

 

 

 

 

                                            I

 

 

                    a.  Com o barco ancorado

entre sí-la-bas

Poeta de malas aviadas

aonde vais?

 

Lapidar os ossos no cais!

 

 

 

 

 

 

 

                    x.  O barco.

O barco como um cavalo ou um barco

sob a fragrância da surdez do sol.

Apenas o barco. Como um cavalo

ou um barco.

 

 

                    z.  Sou o óbvio cavalo óbvio

que galopa a composição aérea do levante.

 

 

 

 

          OS POEMAS SEGUINTES

 

 

 

Debaixo da romãzeira estava uma casca de banana

eu vi

uma casca  de banana sob a romãzeira

eis o princípio dos vasos comunicantes.

 

Do interior do olhar a tecelagem

do branco da lua no nenúfar da pedra.

 

Um punhal desprende-se do céu

e pode desmanchar o arco-íris.

 

O inquebrantável centro de tudo.

 

O barco sentado na planície.

 

 

 

  EM RESPOSTA A O’NEILL

 

 

 

 

Pelo sossego delido dos montes,

aquém do evolucionismo das tetas

de Darwin e dos montes,

já se não vislumbra Miss De Ramirez.

Seus netos, esses, andam de prancha

de surf na mão, o dia medido

entre hamburgueres e coca-colas…

 

Pelo sossego delido dos montes

até o poeta, em qualquer dia

de grosso vento,

até o poeta perderia uma perna…

 

O resto da realidade é uma coisa

que me parece postiça.

(O pobre do Guedes anda coxo

que nem um coxo)!

 

(de Rui Dias Simão) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 21:30

Hara Kiri

por vítor, em 16.02.07

Na semana em que o "Público" se revolucionou e apareceu forte e colorido, o Sr. Oliveira promove o hara-kiri da sua jóia da coroa, o DN. Não terá ainda percebido que um bom produto leva tempo a fazer,  ainda por cima, nestes tempos difíceis para o suporte papel?

Ou  será que prefere um produto tabloidizado , insonso e manso? A mim parece-me que sim!

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publicado às 18:40

Manhã de Nevoeiro

por vítor, em 15.02.07
As saudades que eu já tinha de uma calma manhã de nevoeiro...

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publicado às 11:29

Acorda

por vítor, em 15.02.07

Acorda

Acorda aquela mulher.

Tens uma moeda?

É noite

A madrugada pressente-a

Acorda

Vem à cidade

E grita com os cabelos revoltos.

Acorda

Não deixes a noite morrer

Sem me contares a tua história,

A tua interpretação do sonho.

Acorda

Acorda aquela mulher.

Tens uma moeda?

É pedra

Montanha de medo e sombra.

O filho do homem

Esperou sem sono.

Tens uma moeda?

Não, aquela mulher não se vende.

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publicado às 11:26

Larva Semiótica

por vítor, em 15.02.07

 

 

 

 Escreves como um profeta ateu

Sem direcção absoluta.

Linhas tortas que entoam

Sinaléticas mortais.

 

Escreves contra a coragem dos alinhados

Contra os que dizem sim

Não sabendo o que é ser livre.

Contra tudo, sem paz

E atabalhoadamente simples.

 

Escreves como serpente na terra leve.

Não há truques

Sorves a animalidade dos restos

Hipnóticos dos muros envolventes.

 

Escreves palavras, sons malditos

Que verberam as mentes sábias

Palavras uivantes na chuva irradiante

Uma escola sem aprendizagem

Na lenta escuridão dos séculos

Larva semiótica na pele quebradiça,

Nas dunas prenhes

Do sedimento vital e cru.

 

Escreves ao sabor das correntes sem dor

Dos cômoros de pólvora lavrada

Num fim de tarde na esplanada fria.

 

Escreves no sonho, antes do pesadelo

Na cruenta noite do sexo

Encantando sílabas pessoais e impróprias

Revelando saltos no texto infinito.

 

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publicado às 11:18

Gregaridade Primeva

por vítor, em 15.02.07

 

 

 

 Serei imoral?

Mais que isso, vivo sem portas,

Sou o ácido

Que devora a sociedade?

A gregaridade primeva?

 

T(r)oco-a      e sofremos

Rasgo-a         e  a solidão podre aplaude.

 

O poder é uma pena

Que cai lentamente

Ajudada pela pressão

Dos nossos braços

A manter-se

Religiosamente nos montes.

 

 a revolução é um contrabalanço de poder, embora, inconscientemente, todo o revolucionário tenha como adquirido  que ela é a sua destruição total.

 

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publicado às 11:02

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