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Nos últimos tempos, temos vindo a verificar que imensos comentadores têm achado que o facto de terem saído do país imensos portugueses é revelador da cada vez menor capacidade do país de reter os indígenas . A desnaturada pátria não consegue providenciar o sustento ( literal e cientifico-cultural ) empurrando os tristes portugueses para o longínquo, perigoso e adverso anti-regaço mátrio . Compara-se mesmo esta sangria à vivida nos anos 60 da era salazarenta (tantas saudades, não é?).
Ora estes comentários não seriam de estranhar se fossem elucubrações de serôdios saudosistas do velho ditador. Seriam desculpabilizantes de êxodos passados e iriam de encontro à linha de pensamento anti-cosmopolita do "orgulhosamente sós". São no entanto fervorosos defensores da globalização que têm vindo a pisar e repisar esta tecla do "novo êxodo" sem se aperceberem do absurdo de tal incompatibilidade e sem quaisquer tipo de rubor.
O estranho é que não saiam mais portugueses e não se instalem mais estrangeiros em Portugal. A globalização, em princípio tal suporia. Só que, e com o aplauso desses tais comentadores, a globalização é fantástica quando se tratam de mercadorias, serviços e fluxos financeiros. Quando se trata de pessoas, as coisas já não são tão claras e simples e há sempre um senão à porta das fronteiras.
Como vêem parece que até tem havido pouca emigração e pouca imigração por estas bandas tão abertas à globalização-que-todos-os-males-alivia "
Curti
Aclamaram-me sem fim
Por fim, calaram-se.
Almas aladas por onde ides?
Nem Nietzsche nem Napoleão sem mão
Nem flores, nem tubarões (nem patrões).
Calaram-se e sorri
Amavelmente?!! Não sei, curti
E só penso em ti
Morri.
Aldrabões e protões e cavalos
Cavalos não. Ventoinhas.
Andorinhas. Casinhas e … camisinhas.
Uma bomba atómica esperou-nos à saída.
Olá – rebentou.
Assim não há palavrões feios
Só estrelas e páginas em branco.
Na escura lentidão
Dos corpos.
A caminhada áspera
Leva-me para longe
De mim,
Arrepiando as consciências
Moles dos transeuntes.
Deixo-me levar
Confuso
Na corrente instável
Da solidão.
Nos olhos despidos de luz
Recolho sementes apátridas.
Nem mais um dia
De sonhos.
Resvalo lentamente
Na lenta imagem
Dos dias.
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