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Quando dizes que a fragilidade
Do regresso é uma contingência adversa
Na interioridade da memória, uma caravana
De carcaças mutiladas pingando sangue
Na estrada que leva ao nada, talvez saibas
Ficcionar o entusiasmo da palavra Não.
- És a encarnação inerente ao que nunca
Rejeitará as raízes ocultas da impossibilidade,
Lembras, ajustando as palavras ao único
Perigo que resgata os sentimentos nómadas
Das irremediáveis finitudes convulsas da solidão.
Quando dizes Não, descobres a imperativa
Vontade dos cataclismos vitais, desocultas
A noite enquanto nas cidades adjacentes
Se revoltam escravos convertidos ao hierofânico
Rasgar da pele em cicatrizes de sonho e melancolia.
O profundo escarificar da superfície do medo
Reflete o ódio que a inclinação da maresia
Transforma em negação no interior do
Sentimento devassado.
Não!, a insolvência que grita nos hiatos da sombra
Não progride nos caminhos incompletos dos teus passos.
Erras na substância que se apodera dos extensos
Humores na planície escalavrada. Dizes que a maldição
Asperge os dias e transformas o olhar num
Súbito recriar da ilusão. Dizes Não ao Não quando
Penetras no frio das calmarias labirínticas de antanho.
Voltas atrás e o recomeço abraça os limites
Alucinogénicos que bordejam a insondável
Alegria da morte.
Monte Gordo, 15 de Novembro de 2011
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