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No início, repetia-se o frio
das águas, a profundidade do sonho
que regride na existência adiada.
A superfície da substância, o medo
que invoca a escuridão profunda,
asperge de crueldade a lágrima
divergente. A escuridão profunda
reflete-se no olhar das coisas num bailado
de desejo metafísico, intervenção cruel
nos socalcos efémeros da consciência encriptada.
No início, o fogo não aquece a memória
das águas. A terra regurgita a diversidade
dos materiais que agonizam nas entranhas
convulsas, liberta-os na planície lavrada
onde a tempestade suspende a caminhada
dos elementos, cumprindo a autoridade
que se desprende das cicatrizes da linguagem.
No início, a pedra conforta a incomodidade
das águas, inventa a gregaridade das almas
nos círculos da noite, brutalizando os estudos
soturnos, emancipação dos corpos
que implodem no desejo das águas.
Por fim, da celebração do mito, surge
a necessidade de encontrar a convalescente
argumentação do herói-com-sapatos-de-barro. Vrsa 12-11-11
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