Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Anselm Kiefer
no primeiro despertar da sombra/ instalou-se um pesado silêncio/ nos socalcos da memória/ uma clara escritura invadindo/ os sedimentos frios do esquecimento.
todos os insetos da floresta/ sublinharam os nomes que fermentam/ no vazio do plural abstrato,/ a inveja necessária e vã apenas/ excetua os escaravelhos dormentes,/ companheiros dos aldeãos lilases,/ répteis no papel de ourives/ desenhando a filigrana da pele/ nas luzes copiadas e biformes./ é nesse momento que entram as máscaras/ retiradas da gaveta em flexões/ para assistir à partida das frases/ assassinas do covil dos ananases.
um homem comprou um jornal/ por um dólar e o capitão foi almoçar/ com o general. todos os nomes/ verdes e esquisitos almoçaram à parte/ na esteira que confundia a parcialidade/ do chão plural.
o capitão, órfão dos lilases incompletos,/ virou a folha do livro e o barril/ de pólvora iniciou a invenção que a mulher-aranha/ apresentou na noite confusa.
o general barrava o pão com chocolate/ todos os nomes e cada um deles/ desapareceram da frase registada/ na pele da tecedeira,/ tatuagem de bigode ornamentando a boca de vidro.
um moço e uma mulher saltaram o muro/ na ruela vazia para uma/
ilha fantástica na periferia do carnaval enquanto/ embrulham presentes em papel de fogo.
quando a personalidade do assassino/ foi desvendada todos, insetos, homens,/ mulheres e vegetais comungaram do/ ressentimento paradigmático...
não há perguntas difíceis, só convites/ exclusivos par dançar/ o silêncio da sombra.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.