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Era certamente eu que ali ia. Não podia haver dúvida alguma, pois o homem que atravessava a tarde gelada tinha, exatamente, a mesma forma estranha de caminhar. Ao longe, ainda hesitei. Mas quando nos cruzámos, na calçada luzidia, perdi toda a esperança de ser outro. De sermos outro. Quando os nossos olhares tristes se fixaram no nosso olhar, a resposta para muitos anos de procura surgiu do nada e emprenhou a nossa consciência apatetada: o eu que procurávamos era um nós estranho que nunca entenderamos. Separámo-nos como se a vida fosse um longo corredor que nos conduz ao vazio intangível. Qualquer que seja o sentido da vida, é para lá que caminhamos.
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