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À carne inimputável acrescento o pavor
que a poeira confunde nas respostas
assexuadas da dor.
Não respondo pela loucura que se liberta
do desejo intruso rastejando na pele inflamada e cruel
nas imagens que projeto no vento irascível
deriva que alberga e peia as máscaras reclusas.
O ruído ondula na praia, no mar que se recusa a controlar
a memória convulsa, reverberação carnal que inverte o desejo
e esmaga o conforto do regresso aos ditames
primordiais, inertes angustiados gemendo nos lábios cerrados
rompendo a humidade do sexo, garantindo a imputabilidade
do homem que acordou do sonho antigo
provocação da vida intermitente.
Partilho o projeto de segredo onde a nudez
da narrativa resgata a aura paralela do vazio
eterno da criação
frase de ontem ao encontro da noite, procura da pedra
emersa na pradaria apocalíptica
futuro próximo da visão armadilhada.
A carnificina a que me proponho assistir
arrastará as almas até ao êxodo final, descobertas, restarão
pasto dos abutres do espírito ensanguentado.
(Monte Gordo () 2/11/2010)
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