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O panorama da literatura portuguesa é um deserto bem árido. Nesse deserto emergem, raras vezes, oásis flamejantes que se projetam na história da literatura universal. Esses oásis disfarçam a mediocridade dominante. Com os dedos de uma só mão contaríamos os génios da literatura universal que também o são da literatura portuguesa. Temos Luís de Camões, temos o maior poeta que se passeou na crosta da Terra, Fernando Pessoa, e temos José Saramago. O resto é paisagem. Por vezes indistinta. Rasa e nula.
Hoje, desapareceu fisicamente o maior prosador da língua portuguesa e um dos maiores da literatura universal. Chamava-se José. A plateia pateou-o muitas vezes. A genialidade é desassossegante e o desassossego é a morte do burguês. A literatura portugesa é burguesa. Contentinha e vaidosa. Auto-satisfaz-se e não arrisca. É um mundo de palmadinhas nas costas e de apresentações de uns para outros e de outros para os mesmos. Hoje é um dia verdadeiro. Todos vão tentar ser seus amigos. Todos irão esbarrar com a morte que traz a eternidade.
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