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os socos nos ponteiros.
A vida passando como um comboio vazio errando nos carris.
A imbecilidade no palco arranca mais aplausos.
O sangue grita alto.
O amor dissolve-se no sangue como açúcar amarelo.
A palavra"tudo" é forte demais.
E o resto apaga-se fumegando.
Caiu o pano e a lua desaparece
ninguém pode comprar a loucura
o vento é um boeing transportando natureza.
Não há diferença nenhuma entre a areia do deserto e a da praia.
O erro está perto demais.
Este carro tem rodas mas não leva a lado nenhum.
Tudo o que se diz é uma mistura de gestos e barulho.
De noite os cegos vêem a lua.
O decote dessa mulher é a fronteira da maternidade.
O som do mar é mais nítido quando não há nuvens.
Todas as cidades deviam ter sono.
O arco-íris é a terceira obra de Pollock
a verdade usa"lingerie francesa".
A terra é uma bola com chantili que o mar ainda nã acabou de comer.
A arte não se envergonha nada, de ninguém.
A música, assim como várias outras coisas entre as quais o sexo, é o meio
de transporte mais rápido, cómodo e seguro para o extâse.
Agora, já não sei nada.
Lennon tinha prazer em deitar a língua de fora e sonhar.
O exemplo mais recente da morte já não se usa.
O melhor perfume francês não é suficiente para disfarçar a podridão.
Umas televisões trasmitem imagem, outras não.
É vulgar dizer-se que chaplin substituiu o pai natal que se tinha
aposentado nesse verão.
A tradição não é velha, pelo contrário, é o exemplo mais jovem da cultura
dos povos que atravessaram o século vinte.
O computador já aprendeu a pedir desculpa quando se engana, mas ainda
não descobriu onde erra e o homem não consegue explicar.
É curioso como há homens que, quando morrem levam o mundo no bolso
e o caixão cheio de projectos.
Não há nada mais simples que o preto e o branco diante do olhar de um louco.
Continua a afirmar que os loucos não devem ser sujeitos ao procedimento que se
toma para com os presidiários, nem este aos mesmos.
A morte que forra os caixotes de lixo não altera os nossos produtos.
O pénis à sua janela vestindo uma camisa de noite.
Os seus sonhos debatem-se numa luta asfixiante entre lençóis.
Há uma frase que diz "Estes lençóis forrando-me o corpo são as paredes de
presídio mais eficaz do mundo".
Há outras frases que falam pouco.
A esta hora deve ser dita.
Nada deve ficar guardado para outro truque.
A poesia deve apresentar-se em palco nua.
O resto entra no segundo acto.
E quando os corações atingirem o "tropo forte" a luz cairá sobre a cena.
Os bastidores nuncam arrefecem.
Adeus.
A cabeça explode.
A caneta para.
( Palavras do Rui da Amadora, em dias de 1983, possivelmente no BloodY MarY, da Amadora)
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