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Irmanados pela complementaridade das vidas, cingidos pelos pulsos, avançámos sem pressas ao encontro do antro húmido e podre de uma esquadra qualquer numa cidade qualquer.
Um cidadão atravessou a chuva quente, exibindo uma compaixão infinita que me revoltou os intestinos. Talvez fosse um poeta.
Nas ruas, estreitas e sinuosas, espreitavam janelas e portas descoloridas. Um transístor atirou para a atmosfera balidos de político ferido, enquanto se ouviam aplausos tímidos num terceiro andar mal identificado.
O metal rompia-me a pele insensível, a memória fazia-me cócegas, porém a imortalidade seguia-nos pelos telhados.
Chegados ao lugar onde até os anjos sentem respeito pelas fardas, senti-o triste. Triste pela qualidade da presa.
Fora, ponha-o fora, ouvi o sub-chefe uivar, fora por amor de Deus... mas já que cá está, diga-lhe qualquer coisa ao ouvido.
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