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A vida, a dos outros, é composta por sucessos e insucessos. O poder é o insucesso mascarado de sucesso, para iludir os que querem o prazer nosso de cada dia. A carreira ou a vida é um dilema tracejante e de resposta óbvia. Agarrem-me esse palerma! As águas não lavam as mágoas. Só tornam transparentes as emoções obscuras. O local onde se curtem as dores sem sentido da impotência.
Sou um homem apagado que gasta as horas nas ruas escuras da existência. Entendo as coisas, mas as coisas aspiram a entrar na história e a história é o poder, a repressão do prazer. O pecado solto e desengonçado apela, por entre os valores, asfixiado por normas sociais, a elegantes rasteiras possidónias e patéticas.
A mim, que caminho ao sabor das ventanias, o tempo flui sem interesses culturais adjacentes. As pedras parecem sapos deitadas na estrada exalando odores ígneos profundamente enraizados nas consciências povoadas de dor.
Acalento ainda a esperança de cumprir o futuro: conhecer a mágoa imprópria da vida.
Só os sons parecem conhecer as palavras e seleccionar os momentos inertes do silêncio. Eu, não pertenço ao labirinto social complexo das imagens. Não cortejo a roupagem dos imbecis poderosos nem, muito menos, a dos poderosos imbecis.
Às portas estreitas do vazio correspondem sempre avenidas largas de insegurança magnética e obscuridade flamejante e numinosa : hipantropias seladas contra a solidão imberbe da cultura.
Sou filósofo do espasmo, acrata do pensamento. Acontece mesmo que sou um homem apagado.
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