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D. Maria II proibiu as touradas, em todo o território nacional, em 1836. Passos Manuel, ministro do Reino, lavrou e promulgou o decreto:"Considerando que as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de nações civilizadas, bem assim que semelhantes espectáculos servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade, e desejando eu remover todas as causas que possam impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa, hei por bem decretar que de hora em diante fiquem proibidas em todo o Reino as corridas de touros."
O decreto foi às urtigas passados escassos nove meses. As poderosas forças da barbárie impuseram a sua lei e voltou-se atrás nos tempos.Mas a vontade de um homem lúcido e ligado às reformas do ensino e das mentalidades, não pode deixar de nos impressionar pela sua precocidade e modernidade.
Vem isto a propósito da decisão da Câmara Municipal de Viana do Castelo em declarar a cidade como a primeira "cidade antitouradas" em Portugal. Seguindo o exemplo que 53 cidades espanholas já tinham dado, Viana do Castelo, corajosamente, rejeita a tortura de animais e abraça o futuro.
Se votasse em Viana, a minha cruzinha seria para quem ousou ser pioneiro nesta luta contra o obscurantismo do prazer pelo sangue.
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