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jazz no palácio

por vítor, em 28.07.11
Belíssima noite de jazz no terraço do Palácio da Galeria. A minha antiga escola agora travestida de espaço cultural, e bem. Um jazz novo, com o recurso às novas tecnologias num belo album de Maria João, "Ogre", assim se chama o dito. Magnífica noite de Verão na minha cidade. Claro que tudo foi melhor por estares a meu lado, linda como a noite, às vezes de mãos dadas...

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publicado às 14:46

Tavira, cenas de rua num verão cálido

por vítor, em 02.07.10

Hoje à noite. 33 graus numa noite sem vento, numa das mais bonitas praças da cidade de Tavira, o largo do Convento do Carmo, espetáculo de música (tocada ao vivo) e teatro aéreo pelos argentinos Puja.

 

Fantástico!!!!

 

 

Puja, Teatro de Altura

 

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publicado às 02:39

foi só um dia perfeito

por vítor, em 01.11.09

 

 

O Verão continua. Depois da tempestade de ontem com a derrota dO Inominável, que me fez estar acordado até ás 4 da manhã ( o que vale é que dei um avanço enorme no livro do Loução sobre Templários e esoterismos), hoje, um dia perfeito.

De manhã, café e leitura do jornal no Chá Com Água Salgada, na praia da Manta Rota. Mar à vista. Passeio pela praia e almoço comprado em Cacela - febras com batatas fritas e arroz - para alegria do filhote e descanso do pessoal maior.

De tarde, rega das árvores mais stressadas da secura, café em Cabanas, à beira da serena Ria Formosa, visita à mãe e, novamente, rega. Em Cabanas encontro feliz com um velho amigo da aldeia, que não via há muito. O meu filho comentou a estranheza, dele, é claro, em relação ao meu amigo e à família. Bem diferente de nós. Nós todos turista pé descalço, eles todos domingueiros. Expliquei-lhe que aquele amigo querido tinha perdido o pai quando tinha dez anos e que tinha deixado a escola para trabalhar para a família. Ele, a mãe e uma irmã bebé. O pai tinha 40 anos. Ainda me lembro, com se fosse agora, dele a pontapear as pedras da nossa rua com a raiva da perda do pai. Trabalhou nas obras até casar. Depois, como o sogro tinha um barco, na dura labuta da pesca, até hoje. Até casar, andou sempre comigo e com os amigos de sempre, que estudaram até tarde. Gostava muito de aprender e pedia-nos  os livros que deixávamos de precisar à medida que íamos passando de ano. Sobretudo os de Geografia. Depois de casar, deixou a aldeia e foi morar para Vila Real. Passámo-nos a ver pouco. Os outros 4 amigos também seguiram os seus caminhos mas foram-se  sempre encontrando, até porque 3 vivem perto. Quando o 4º desce de Lisboa, onde vive, os encontros são memoráveis. Paralelamente às profissões do dia a dia, ligaram-se ao  ao teatro, à música, à escrita e às artes plásticas e o amigo pescador foi ficando nos recantos quase inacessíveis da memória. Nas tais noitadas de arromba, sempre nos lembramos dele e combinamos que para a próxima teremos que o contactar. Nunca aconteceu. Hoje trocámos de números de telemóvel e... para a próxima é que vai ser. Foi muito bom tê-lo encontrado. A seguir, visita à mãe e degustação dos tradicionais doces de figo e amêndoa do dia de todos-os-santos. Quando era menino detestava-os. Agora adoro-os. Estrelas de figo com amêndoas nas ponta e figos cheios são os meus favoritos. Regresso à Quinta e recomeço da rega. Enquanto as laranjeiras, noutro lado,  bebiam a água da rega gota-a-gota, eu regava, de rojo, as tangerineiras e outras árvores de fruto. De rojo a água, não eu. Este sistema de rega tradicional consiste em levar a água por um rego (um pequeno rio) até às árvores sedentas e alagar uma caldeira à volta do pé. Depois passar para outra árvore e assim sucessivamente. Vi,  no pátio das laranjeiras  da Mesquita de Córdova, um sistema muito parecido a este, certamente uma técnica trazida pelos árabes para a Península. Este método de rega é extraordinário: rega com eficácia e  permite ao trabalhador um trabalho lento, metódico e sempre em contacto com a água. O único problema é a lentidão da rega: regar uma laranjeira leva 5 minutos e sempre com a supervisão do trabalhador. 100 árvores são 500 minutos. Mais de 8 horas. Com a gota-a -gota regam-se 100, 200, 1000 em hora e meia e ainda por cima sem ser necessário trabalhador algum.Por isso as que rego de rojo são apenas cerca de 30. Para reflectir não há melhor. Uma auto-psiquiatria inqualificável. Depois, atira-me para o passado, longínquo e mais recente: longínquo quando toda a quinta era regada assim e eu, criança, brincava com barquinhos nos "rios" que o meu avô guiava  até às muitas centenas de laranjeiras; num passado mais recente, quando os meus filhos brincavam nos meus "rios". Agora só o meu cão Matrix e a minha gata Beti por lá aparecem a fazer companhia. Enquanto esperava que cada caldeira enchesse e antes de, com uma enxada ensinada, fechar uma "porta" e abrir a próxima, ia comendo romãs que apanhava nas vizinhas romanzeiras.

Finalmente, um cigarrito enquanto o Sol se punha por detrás do Cerro de S.Miguel. Um dia perfeito. Pelo põr-do-Sol, parece-me que o Verão se vai amanhã embora. Oxalá, estou à espera da chuva há muito.

(enquanto escrevia este atabalhuado texto, passámos para o outro dia. O dia perfeito já não é o de hoje...)

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publicado às 23:21

Um dia destes a chuva há-de voltar

por vítor, em 13.08.09
quando o suor te desce da ponta dos cabelos. quando as areias te escaldam as solas dos pés. quando as noites te queimam os miolos e ardes de insónia. pensa nos ruído da chuva nos telhados e os dias voltarão a ser o que eram antes de te teres deixado seduzir pelo verão.

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publicado às 23:38

Foto gentilmente surripiada a Claudia F.

 

Em Agosto o Algarve torna-se complicado. Não para que os que nos visitam pois esses são os responsáveis pela complicação de que vos falo. São "os agostinhos" epíteto que um meu amigo olhanense lhes aplica porque convergem todos a esta maravilhosa terra em Agosto. Aliás o que acontece em todos os Agostos em todas as terras turísticas do mundo.

Vais comprar o jornal, já acabou. Vais meter o euromilhões, está uma bicha até à rua do fundo. Vais tomar um café, não tens mesa. Vais ao restaurante, esperas 2 horas pela mesa,  duas pelo empregado, duas  pelo conduto e duas horas pela conta. E tudo aos repelões, com caras de caso e com os agostinhos a refilar e amuados com a confusão que eles próprios criam.

 

Hoje para fugir a este estado das coisas fui dar uma voltinha na minha velha Honda. Barrocal e Serra (até para ver como é que isto vai de incêndios), tudo fantástico como sempre. Santa Rita, terra da minha mãe Rita, serena e acolhedora (uma construçãozita aqui e ali esquisitam mas aceita-se). Quando me ia deitar na curva para a Quinta da Cativa um pensamento mau (normalmente bom) invadiu-me a cachimónia: um cigarrinho na Fábrica. Ria e mar com Cacela-a-Velha a espreitar lá do alto. Este, habitualmente bom - pese embora os malefícios do tabaco -, espreitar da ria, constitui um dos melhores divãs para a minha frágil e convulsa mente.

 

Quando cheguei ao cruzamento,  na estrada que leva do Ribeiro do Álamo e Cacela-a-Velha, já os automóveis tomavam conta das duas margens do alcatrão. Quando entrei na estrada da Fábrica, a loucura já era assinalável: carros dos dois lados da estreita via quase impediam a passagem de um carro, os cruzamentos eram manobras dignas dos melhores pilotos de moto trial. Dentro da localidade a loucura era total: nós de tal forma complexos impediam a maior parte dos carros de prosseguir o caminho que os seus ocupantes tinham delineado. À primeira vista pareceu-me que só pelo ar ou pelo mar. Com a minha velha e dedicada mota, lá fui furando como pude entre aquela amálgama de lata e plástico e pus-me dali pra fora rapidamente e doente com a alucinante experiência  vivida.

 

Como é possível que tanta gente se sujeite a tanta dor para ir e vir "descontrair" até à praia. A praia da Fábrica, garanto-vos é uma coisa do outro mundo. Mas o querer não pode constituir nunca a morte do querido e do ...querendo.

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publicado às 17:47

a renovação do restolho

por vítor, em 01.07.09

Momento alto na Quinta.  O Solstício de Verão.Ceifa, debulha, enfardamento. E o mais importante de tudo: a renovação do restolho por onde arrasto os pés cansados e a mente convulsa.

 

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publicado às 14:44

Um Verão Tardio

por vítor, em 06.06.08

 

O Verão no Algarve começa em meados de Maio. Este ano veio mais tarde. Depois de um Maio frio e chuvoso, só hoje fez a sua aparição nestas paragens do Sotavento. Chegou sem se anunciar e no esplendor da sua força: 34 graus à sombra pelas 15 horas. Eu que gosto de todas as estações recebi-o com entusiasmo. Só que... tinha já decidido acabar com os matagais  e as ervas secas em zonas da quinta que podem constituir um  perigo em caso de incêndio.

 

Faz agora quatro anos que tive que evacuar a família no intervalo do Portugal-Holanda do euro 2004, quando o fogo desceu da serra quase chegando ao mar. Eu resisti até ao nascer do dia empapando as terras à volta de casa. Felizmente o fogo manteve-se respeitosamente afastado e não chegou à  casa. Nesse ano  a Serra algarvia ardeu durante todo o escaldante Verão. Depois desse susto não posso descuidar-me.

 

A seguir a um almoço frugal de rabanetes, tomates e cebola apanhados na horta, misturadas a uma lata de atum, meti mãos à obra. Montei o meu velho Deutz, D 4006,  de 1970 e penteei a terra enquanto o Sol escaldava. Quando passava por debaixo de uma oliveira, um ramo atrevido riscou-me  um  sulco de sangue  no  pescoço, do couro cabeludo até às costas. A compensação foi que andava com umas dores na coluna há umas semanas que, com os saltos e os solavanco da máquina, desapareceram completamente. Massagens gratuitas e eficazes...

 

Ao fim da tarde deliciei-me com um magnum de amêndoa numa esplanada com as  serenas águas da  Ria Formosa a meus pés. Uma tarde espantosa antes da invasão que não tarda.

 

 

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publicado às 23:12

O Algarve, país das maravilhas...

por vítor, em 01.08.07
"O mar do Algarve é feito de cartão como nos cenários de teatro e os ingleses não percebem: estendem conscienciosamente as toalhas na serradura da areia, protegem-se com óculos escuros do Sol de papel, passeiam encantados no palco de Albufeira em que funcionários públicos, disfarçados de hippies de carnaval, lhes impingem, acocorados no chão, colares marroquinos fabricados em segredo pela junta de turismo, e acabam por ancorar ao fim da tarde em esplanadas postiças, onde servem bebidas inventadas em copos que não existem, as quais deixam na boca o sabor sem gosto dos uísques fornecidos aos figurantes durante os dramas da televisão. Depois do Alentejo, evaporado na paisagem horizontal como manteiga numa fatia queimada,, as chaminés que se diriam construídas de cola e paus de fósforos por asilados habilidosos, e as ondas que se diluem sem ruído na praia do croché manso da espuma, faziam-no sempre sentir-se como os bonecos de açúcar nos bolos da noiva, habitante espantado de um mundo de trouxas de ovos e de croquetes espetados em palitos, a imitar casas e ruas...

"O Conhecimento do Inferno", António Lobo Antunes.

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publicado às 14:50

Um dia cinzento de Verão

por vítor, em 26.07.07


O maior clube do mundo não pode actuar como os pequeninos. Vender a alma não ajuda a manter a grandiosidade única do Inominável. Hoje é um dos mais tristes dias de 2007!

O que vale é que temos este ano o Coentrão (que raio de nome para futebolista - bem o Figo, mesmo com este nome, foi o maior) que vai arrasar pelas esquerdas.

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publicado às 18:47

Três Noites de Verão

por vítor, em 18.07.07
Domingo - "Ode Marítima", de Álvaro de Campos, numa produção da Armação do Artista encenada e interpretada por Vítor Correia (actor tavirense dos Artistas Unidos), emerge do Sèqua/Gilão e incendeia Tavira.

Segunda - Carmina Burana no Teatro das Figuras.

Terça - Xutos e Pontapés, no Forum, em Faro.

(trabalho na segunda, trabalho na terça... amanhã veremos)

El Verano me mata!

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publicado às 01:55


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