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Eles comem tudo e não deixam nada...

por vítor, em 18.04.08


Aqui existia uma lagoa. A Lagoa dos Salgados. Uma das mais belos bocados de costa algarvia, entre as martirizadas Albufeira e Armação de Pêra . Junto, uma praia de "bandeira dourada". Apetecível! não.. era. É. Mais um mega empreendimento "ecologicamente sustentável", este ainda pré PIN, turístico para rebentar com o que o atraiu. A beleza do lugar.

Conspurcaram a lagoa e agora para a tornar "um espelho de água", vá de a vazarem completamente,  transformando-a numa desolada pradaria. Ainda por cima sem se darem    ao trabalho de verificar o que é que se passaria com tão drástica intervenção com os "legítimos moradores". Aves, em plena época de nidificação, e outros.

Espera-se que a água volte breve...

PS: A Lagoa da Altura, a Sotavento, também está na lista de espera. O "empreendedor" é o dito presidente do Meu Clube: O Glorioso, O Grande! Mas como não estou muito motivado par abordar estes assuntos nos dias que correm deixarei o assunto para.... o ... a ... a próxima época.

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publicado às 17:11

Depois disto nem Sagres está a salvo

por vítor, em 23.12.07


Depois de retalhado o triângulo mágico da Ponta da Piedade (na imagem a verde a área onde será implantado o Cascade Resort), já tudo é possível neste Algarve de resorts. Agora só falta o Promontorium Sacrum . O Resort das Descobertas e o SPA do Infante apontados ao mundo. Que belo monumento à globalização!

Olhem ao menos para o elucidativo caso das Canárias: mais resorts e mais turistas, menos receitas. Mais construção para receber mais turistas e conseguir mais receitas, destruição de um dos mais valiosos patrimónios naturais do planeta.

Digo-vos, o rendilhado das falésias da zona da Ponta da Piedade é, seguramente, dos pedaços de costa mais fantásticos do mundo. Mais fantásticos e mais frágeis...

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publicado às 22:53

Cavaco e os eufémios

por vítor, em 21.08.07

 

Numa homenagem a 200 dos grandes responsáveis pela destruição do ambiente, do património construído, da agricultura, dos costumes e tradições do Algarve, Cavaco repreende veementemente umas dezenas de adolescentes que rebentaram com uns pés de milho.

 

É de concluir que o crime compensa. Bem sei que a maior parte dos homens e mulheres que têm destruído o Algarve já são comendadores, mas condenar um crime menor de desobediência durante esta triste e vil homenagem é passar uma esponja e branquear  a avalanche de crimes que têm sido cometidos no  Algarve com a conivência de autarcas e que, na maior parte dos casos, tem servido para empanturrar diversas contas bancárias.

 

Ir à caça e disparar (com grande denodo e pontaria) sobre o cão serve a quem?

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publicado às 17:14

 

Já que estou numa de vândalo, e que tal marcharmos contra a propriedade privada que é a praça de touros de Albufeira na próxima 6ª feira durante a tourada promovida pela RTP para comemorar os seus 50 anos? Esfregar o sangue das bestas ( propriedade privada) nas ventas das zelosas bestas dos administradores da televisão pública. E, já que estamos em maré de transgenia , numa operação de engenharia genética de ponta (desculpem-me o pleonasmo) transferir uns genes de Einstein nas débeis estruturas genéticas dos aficionados.

 

E que tal recusarmos pagar a taxa de televisão enquanto a "televisão de todos nós" colaborar com a tortura de animais ao vivo e para gáudio de outros animais!

 

Eu sou dos que considera a propriedade privada sagrada mas que também considera que existe uma hierarquia do sagrado ( como do profano, aliás) e que, perante a propriedade privada,  a vida, a natureza, a inteligência, a liberdade,  a interpessoalidade , a ética e a dignidade humana se sobrepõem   e elevam.

 

Contra o politicamente correcto, que varreu as mentes virtuosas  e  púdicas deste país a propósito da destruição de um hectare de milho transgénico (que repito não é uma mera questão localizada numa quinta, é uma questão que pode ter repercussões ambientais e sanitárias exógenas mal conhecidas e incontroláveis e que, portanto é uma questão da comunidade onde se insere a plantação), marchemos, pois, contra o bárbaro espectáculo que a RTP vai promover na próxima 6ª feira , em Albufeira.

 

A forma como os animais são tratados num país mostra, como poucas coisas, o grau de desenvolvimento cultural e económico de um país.

 

Nunca esquecendo que Nietzsche enlouqueceu por ver um cocheiro chicotear um cavalo na cidade de Milão, no... século XIX...

 

 

 

 

 

 

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publicado às 14:29

As melhores praias do mundo

por vítor, em 08.08.07


A minha casa fica a 2 quilómetros das melhores praias do mundo. Mesmo em Agosto, tenho um imenso areal quase só para mim. O futuro é que não me parece radioso, quando olho para Norte vejo-os devorando a paisagem, animais insaciáveis às ordens de predadores sedentos. Gigantes em terras liliputianas, os guindastes assinalam os PIN da nossa vergonha. Vivam os resorts, os SPAs , o golfe sem fim, as marinas amigas do ambiente, os hotéis de 7 estrelas, as ilhas artificiais, que o futuro é já ali e o presente não existe.

A minha casa fica à beira das ilhas da minha infância. Prometem o paraíso mas eu sei que ele desapareceu quando destruíram a minha aldeia cobrindo-a com um sujo cogumelo de betão. Esse paraíso resiste e habita nas mentes dos que sobreviveram à destruição das suas aldeias, vilas e cidades. Poucos, mas eternos. Tristes, mas inteiros e livres.

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publicado às 22:16

Eles comem tudo e não deixam nada

por vítor, em 13.07.07
Depois do triângulo mágico da Ponta da Piedade, agora a Levante continua a razia. O Conselho de Ministros aprova o Plano de Urbanização da Meia Praia. Hotéis e mais hotéis e mais hotéis. Estrelas e mais estrelas e mais estrelas. Os celebrizados "índios" da Meia Praia vão ser corridos da praia paradisíaca onde, parece, só podem gozar ricos e poderosos. Vejam só estas pérolas da hipocrisia das bocas de quem devia proteger afincadamente os nossos recursos: "... instrumento de ordenamento fundamental para o município de Lagos, dado a inexistência de plano director municipal (isto parece não preocupar ninguém), e que se integra numa estratégia de desenvolvimento local, visando diversificar (sim Lagos não tem nenhum hotel nem resort à vista) e elevar (em altura?) o nível da oferta turística..." - documento do Conselho de Ministros. "... esta decisão representa a conclusão de um longo processo e o início de uma nova e boa fase para Lagos." - disse à Lusa o presidente da Câmara de Lagos, Júlio Barroso. Haja esperança: Os moradores da aldeia da Meia Praia (situada, para quem não conhece, na mais espantosa baía de Portugal e profundamente ligada aos primeiros tempos da saga dos "Descobrimentos"), prometem resistir à deslocalização brutal e "lutar para ficar a morar nos terrenos adquiridos legalmente." Nesta luta de Golias contra David já sabemos quem vais levar a melhor. A não ser... Tudo o que diz respeito à cidade de Lagos me faz eriçar os pêlos. Lá vivi dos melhores tempos de Verão da minha adolescência e lá, por opção, iniciei a minha carreira profissional. por isso tudo o que contribui para a desumanização e destruição da cidade me revolta profundamente.

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publicado às 18:05

Chove em Maio de camones tropicais

por vítor, em 24.05.07

Chove de mansinho e a fresquidão ocupou os campos. Adoro este tempo suave convidando a mente a deambular pelos labirintos da metafísica.

 

Pela janela vejo passar aviões low-cost carregados de camones de bermudas e camisas havaianas,  preparados par desembarcar num paraíso tropical...

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publicado às 10:50

Um Homem que veio de Marte

por vítor, em 14.05.07

O Presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, o Sr. Jean-Claude Baungarten, que deve perceber alguma coisa destas temáticas, afirmou que "os portugueses têm que aprender com os erros dos outros". Disse mais: "Não façam como  Espanha." (E agora algo completamente inesperado e revolucionário) Não construam mais."

 

Ao que parece,  nenhum presidente de câmara ou junta de freguesia ou agente da "indústria hoteleira" reagiu às provocantes e  pertinentes observações de tão alta individualidade. Assobiaram para o lado, sorriram sonsamente e o festim vai continuar com PINs e outros Projectos de Interesse Notarial fazendo jus ao probérbio "não deixes para amanhã o que podes fazer hoje."

 

Se não houver amanhã, que se lixe. Eles vão enchendo os bolsos e os vindouros que se amanhem.

 

Na destruição do património ambiental o crime tem compensado. Até quando?

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publicado às 18:23

República do Algarve

por vítor, em 13.04.07


Quando será que quem nos governa e que quem cá vive (no rectângulo) conclui que o atraso do país se deve à inexistência de uma regionalização? Que a macrocefalia olisiponense é a grande responsável pela anomia que bloqueia o nosso desenvolvimento desde D.João III?

Nos últimos anos a capital mais parece um poderoso buraco negro que tudo aspira à sua volta. Um centro canibal que se irá, mais cedo ou mais tarde, começar a devorar a si próprio. Era bom que se tomasse consciência desta realidade que nos destrói como nação ( ao contrário do que defendem os centralistas) e nos homogeneíza e aplana.

A regionalização é a possibilidade do país se erguer da mediocridade em que tem estado atolado e, com sustentabilidade e contributo de todos, se impor nestes novos tempos de globalização.

E para quem teme um desenvolvimento mais desarmónico ( o que manifestamente deve ser muito difícil depois destes últimos 50 anos), julgo que um poder intermédio será a melhor maneira de controlar e avaliar os profundos e indetectáveis poderes locais e seus relacionamentos com os não menos recônditos poderes económicos. É esta articulação que tem faltado e o mediatismo dos casos de corrupção autárquica não são senão a maneira de o poder central justificar a sua perenidade e como forma de ocultar os, esses sim penosamente danosos, meandros da corrupção emanada do dolicocefalismo central.

No Algarve urge a descentralização e o incremento da regionalização. Sem elas a região está à deriva e o futuro será um barco sem rumo no vasto oceano da globalização.

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publicado às 18:25

Tragam-me as estações de volta...

por vítor, em 08.03.07
"Há petróleo no Algarve!"  Depois das low cost a darem-nos cabo da tranquilidade da "época baixa",  vêm agora os caçadores de crude ameaçar-nos o ano inteiro. Por favor, instituam a tão vilipendiada sazonalidade. Os indígenas; pessoas, animais, plantas, areias, águas, ares, pedras e por aí fora; agradeceriam. E estou certo que os que nos visitam também. O que parecendo um paradoxo, pensando bem, não é.

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publicado às 16:32


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