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Numa homenagem a 200 dos grandes responsáveis pela destruição do ambiente, do património construído, da agricultura, dos costumes e tradições do Algarve, Cavaco repreende veementemente umas dezenas de adolescentes que rebentaram com uns pés de milho.
É de concluir que o crime compensa. Bem sei que a maior parte dos homens e mulheres que têm destruído o Algarve já são comendadores, mas condenar um crime menor de desobediência durante esta triste e vil homenagem é passar uma esponja e branquear a avalanche de crimes que têm sido cometidos no Algarve com a conivência de autarcas e que, na maior parte dos casos, tem servido para empanturrar diversas contas bancárias.
Ir à caça e disparar (com grande denodo e pontaria) sobre o cão serve a quem?
Nos últimos tempos, temos vindo a verificar que imensos comentadores têm achado que o facto de terem saído do país imensos portugueses é revelador da cada vez menor capacidade do país de reter os indígenas . A desnaturada pátria não consegue providenciar o sustento ( literal e cientifico-cultural ) empurrando os tristes portugueses para o longínquo, perigoso e adverso anti-regaço mátrio . Compara-se mesmo esta sangria à vivida nos anos 60 da era salazarenta (tantas saudades, não é?).
Ora estes comentários não seriam de estranhar se fossem elucubrações de serôdios saudosistas do velho ditador. Seriam desculpabilizantes de êxodos passados e iriam de encontro à linha de pensamento anti-cosmopolita do "orgulhosamente sós". São no entanto fervorosos defensores da globalização que têm vindo a pisar e repisar esta tecla do "novo êxodo" sem se aperceberem do absurdo de tal incompatibilidade e sem quaisquer tipo de rubor.
O estranho é que não saiam mais portugueses e não se instalem mais estrangeiros em Portugal. A globalização, em princípio tal suporia. Só que, e com o aplauso desses tais comentadores, a globalização é fantástica quando se tratam de mercadorias, serviços e fluxos financeiros. Quando se trata de pessoas, as coisas já não são tão claras e simples e há sempre um senão à porta das fronteiras.
Como vêem parece que até tem havido pouca emigração e pouca imigração por estas bandas tão abertas à globalização-que-todos-os-males-alivia "
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