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Se o Presidente é o garante do regular funcionamento das instituições democráticas, o que fazer quando é ele a subverter o funcionamento destas instituições?
"A palavra do Deputado faz fé, não carecendo por isso de comprovativos adicionais. Quando for invocado o motivo de doença, poderá, porém, ser exigido atestado médico caso a situação se prolongue por mais de uma semana."
Retirado da Resolução nº21/2009, 13 de Março que regulamenta a presença (e as faltas) dos deputados na Assembleia da República:
chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a
Não sei como é que alguém pode estar satisfeito com o que se passou nas eleições legislativas em França. O que levará a nossa direita a estar tão feliz?
Que democracia é essa em que o vencedor (seja lá ele quem for) tem cerca de 80% dos votos? Em 577 possíveis a UMP pode vir a aproximar-se dos 500 deputados. Eu acho, só por isto, a situação extremamente preocupante! Mesmo se este maremoto não tivesse sido acompanhado de outros factos assustadores: abstenção de 40%, a maior desde 1958, e uma relação de 40% de votos para o partido mais votado, para 80% de deputados eleitos. O dobro dos representantes em relação aos representados?
Embora tudo isto ainda sejam projecções alicerçadas nos resultados da primeira volta, já começo a sentir a perplexidade dos franceses perante tais absurdos contabilísticos. E sobretudo vinda da direita francesa (mais inteligente do que a portuguesa? Parece-me bem que sim) tentando aliviar a tensão como quando os bancos centrais sobem as taxas de juro para controlar a euforia dos consumidores.
Numa situação de quase monopartidarismo na Assembleia, a oposição terá (não lhe resta outra alternativa) que vir para a rua para se fazer ouvir. E a rua, como em França sempre se soube, é dura e faz mais mossa que os assentos aveludados do parlamento. Os paralelepípedos são duros a valer. E Sarkosy sabe-o bem...
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