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Que o governo apresenta no seu elenco alguns dos maiores comediantes e enterteiners do momento, era sabido. Que Manuel Pinho, Mário Lino, Maria de Lurdes Rodrigues e mesmo Mariano Gago (este mais na vertente cabalística e alquimista do humor negro) são grandes no stand-up comedy em qualquer parte do mundo, era sobejamente conhecido e admirado. E ainda bem. Sempre divertem o povo e aliviam as dores que nos impingem com as suas políticas.
Agora, a propósito do espectáculo memorável dado por Mário Lino na Ordem dos Economistas, não percebi porque apareceu Paulo Portas a dizer, sem a subtileza flamejante das metáforas lineanas , que era inadmissível o que o ministro disse sobre a margem sul ( e agora, tentando ultrapassar o Zé Povinho em populismo, o enigma encriptado citado) " onde aliás é duro viver e duro trabalhar". Mais duro viver e trabalhar em Almada do que em Lisboa??!! Mais duro na Costa da Caparica, em Setúbal? Em Palmela? Em Sesimbra? Em Azeitão? Em Pegões? Em?Em?Em?... Mais duro que onde? Sintra? Cascais? Galinheiras? Oeiras? Moscavide? Loures? confesso que não entendi bem. Estava o ex-ministro a dizer que na margem sul é o deserto em termos de qualidade de vida? Que as pessoas da margem sul são mais débeis e que, portanto, têm mais dificuldade em viver e trabalhar? Que nestas paragens se vive uma situação de suburbanismo pior que as favelas brasileiras? Que na margem sul se vive uma situação de marginalidade terrífica?
Era bom que o PP esclarecesse estas questões levantadas pela sua afirmação. Ou então que pedisse desculpas aos normais cidadãos da Margem Sul, que trabalham como os outros e que revelam as dificuldades na vida de toda a gente. E que gostam de viver e trabalhar nas suas terras.
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