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Engoliu a harmónica. Maldita televisão ( a cores ) a desfocar-lhe os monstros caídos nas batalhas pela independência dos espelhos.
Claramente, e pela certa era provocação, choviam anjos no cabelo da sua namorada e isso entristecia-o consideravelmente.
Colocou a garrafa de bourbon de Sacavém no estômago. Amargo. Estonteante. Amigo.
Deu três passos em direcção do telhado, rodopiou em caracol e sentou-se nas asas dum cogumelo ( pareceu-lhe o de Hiroxima). Sentiu-se ridículo ali especado.
A noite caía aos trambolhões, agressiva. Começou a sentir a incompatibilidade digestiva harmónica/suco de Sacavém.
Maldita televisão ( a cores) que lhe atirava bundas milagrosamente entesoantes à cabeça.
Meu deus, que frio se começava a sentir na cidade. Começou então a cantar numa voz alcoolicamente triste ( talvez à Ottis Reding) :
Ó Elvas ó Elvas, insistia a espaços.
Subitamente saiu pelas ruas, comprou um bilhete de avião para Singapura e zarpou no dia seguinte.
PS: Curiosamente nesse dia, 30 de Agosto de 1983, deixou de chover anjos no seu coração.
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