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Cicatrices

por vítor, em 22.03.15

cicatrices.jpg

Ver e comprar...

Sem peias de olheiros, editoras, livrarias, críticos, amigos e outros possíveis censores, aqui está ele rasgando a planície. Sai um bocadito caro (pode-se sempre descarregar em PDF por 1 €), mas vale a pena. E nem é preciso sair de casa...
A obra tem a chancela das "edições Cativa" que promete, para sossegar consciências mais sensíveis, publicar brevemente outro livrito, agora de poesia, seguindo os canones tradicionais. Agora neste, depois de preparar a semente, semear, acarinhar, colher e ir ao mercado vender, quem manda sou eu!...

Contra, sem ofender, o canone; todas as páginas têm número (todas as páginas têm o mesmo valor), com cores diferentes da capa para a contracapa e lombada, sem a referência à editora na capa; este é um livro desalinhado e assombroso. Um livro livre!

Contos, alegorias, aforismos, pensamentos. Um livro que faz a ponte com o anterior livro do autor, Transeuntes, e que escava ainda mais no corpo e na alma dos que, como as sombras, se ocultam na noite...

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publicado às 22:18

rage against the machine

por vítor, em 13.03.15

 A minha modesta contribuição de hoje para a revolução...

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publicado às 23:37

o esquecimento é a vida

por vítor, em 05.03.15

Mais uma página do romance sem fim. "Últimos".

20140729_110104.jpg

Há um tempo para tudo. E tudo poderá ser o mesmo que nada. O tempo funde o tudo numa amálgama disforme e primordial. A memória revolve o tempo tentando reconstruir uma narrativa linear e cronológica, partindo da ausência assume a postura de um construtor de mecanismos coerentes que sustentem uma moral para o indivíduo se poder encaixar no coletivo que o arrasta e sufoca nos irrefutáveis labirintos da verdade. O tempo e a verdade, conceitos que se sobrepõem, coexistem na imensa pradaria das falsidades. Se os outros nos convencem que a vida é um fluir de eventos numeráveis e distintos no tempo, o melhor seria deixar de representar o papel que o inconsciente e o determinismo social nos impingem e conduzem pelo infinito que nos enforma. O esquecimento trará sossego e renascimento. O empecilho para este desiderato é a sedimentação dos destroços dispersos no fundo da memória. Quando adormecidos parecem inertes e inférteis, desaparecem sem rasto nos confins da memória. Quando emergem dos estratos pesados, profundos, impulsionados por estímulos incontroláveis e selvagens, rasgando o esquecimento e emergindo à superfície, manipulam a vontade e impõem condutas irracionais e bruscas que nos desenham bailados irracionais e projectam quais sombras teatrais no pano de fundo que se move nas paisagens irreais das traseiras da existência. Não entender os humores dos outros causa desconforto e ansiedade, fecha-nos sobre nós próprios, colapso brutal que nos esmaga. Não entender o que de nós se desprende sem controlo, que aspergimos nas histórias dos outros, pode ser, nos primeiros tempos, confortável por nos revelar a fragilidade dos que se sentem metralhados pela incandescente energia que se liberta; mas, no médio e longo prazo, o seu poder destrutivo levar-nos-á a desistir do que julgávamos ser o caminho dos nossos sonhos. A desilusão perante o enfrentamento com o que de nós é mais visceral e verdadeiro, poder-nos-á fazer soçobrar e desistir de tudo o que, até aqui, construíramos. Conhecermo-nos é destruirmo-nos.
Só o esquecimento nos levará até lugares mais próximos da realidade e, por conseguinte, à vida. Quanto mais escavas em ti para extrair das trevas de ti próprio os fluídos que pensas que irão renovar-te, mais perto caminharás do precipício. E por muito gozo que as vertigens do abismo, do fim, te anunciem tempos de volúpia, de desafio e prazer, a morte ronda os teus passos e o sofrimento apodera-se do teu corpo manipulando o futuro. Manipulando o que pensavas ser a liberdade. E ninguém será mais limitador do livre arbítrio do que tu. O mais difícil será sempre contornar a memória. A vassoura do esquecimento nunca atingirá os recantos mais sombrios de antanho, o que resta impedirá o prosseguimento do caminho ao encontro de ti, as aprendizagens que julgavas libertadoras são, afinal, peias que te castram os tempos que terás ainda que percorrer.

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publicado às 23:47


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