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Observação inicial:
Para uma correta implementação que preveja o reinvestimento da hipocrisia construída noutras competências, convocam-se os objectivos instrumentais do amor, os objectivos cognitivos gerais e específicos da consciência abandonada e os objectivos atitudinais da descoberta dos parâmetros vitais das tartarugas.
Dito isto, que ajuda a cagar melhor e predispõe o uso da postura fetal, diríamos que a romanzeira está mais alta e o freaks fora de moda. Engolir fogos é um banalizar do tempo que observa a vida enlutada. Banaliza a sequência linguística num fim em si mesmo, encerrada no laboratório do erro. Um lugar periférico onde a maldição funciona como um produto de marketing na implicitude do processo de operacionalização da noite esfíngica. Considerar o conteúdo irreal das pausas sem virgula um diagnóstico espontâneo das marés sobressalentes é um deambular de fratais na pedagogia do medo.
Porquê esta persistência? Porquê tratar deus como uma explicitude do desejo que conduz ao orgasmo? De que fala Zaratustra?
Agora, a diferente aceitação das estratégias para a escolha e preparação dos falantes enquanto produtores de automatismos contextuais:
(...) esconder a morte e potenciar a reprodução dos genes enquanto a vaidade imperativa cavalga os infindáveis territórios onde o sonho celebra a eternidade.
PS: Atenção; o estatuto da alma não dispensa o sentido da estrutura.
Sylvia Beirute é um mistério. E os mistérios aspiram as pessoas, fazem-nas procurar o sentido das coisas.Se as coisas têm sentido e encaixam no racional que tudo reduz ao palpável e indistinto. Desde que conheci o primeiro poema de Sylvia que a sigo, digamos, religiosamente. Religiosamente no sentido (outra vez) de "religare". Conheço gente ligada à escrita que também se agarrou a esta forma de dizer, que entrou no labirinto à procura. À procura de Sylvia: da criadora, porque a criatura é-nos servida, pelo menos em parte, na casa em Beirute. O meu amigo Luís Serguilha até me contou que alguém lhe tinha contado que alguém lhe tinha contado (o mistério, sempre o numinoso mistério) que Sylvia não era Sylvia. Era um homem. E revelou-me, o que lhe tinham contado, depois de ser contado e recontado, o nome de dois possíveis carregadores da suposta poetisa. Conheço os dois e já os inquiri (verbo duro, mas foi com dureza que os interpelei), mas nada. Não sabem quem é. Um deles conta que já a viu e já se mailou com ela e garante-me que se trata mesmo de uma mulher.
Pois bem, o meu sócio Fernando Esteves Pinto conseguiu trazer a poetisa para as 4águas e publicar um seu primeiro livro." uma prática para desconserto" com uma capa belíssima. Para além de ser proprietário em 50% da referida editora, ainda acumulo com o pomposo título de "director editorial" da obra. O que me honra duplamente.
Anseio por conhecer tão misteriosa criadora...
O artista a preprar-se para lançar o seu último livro "passagem através do fogo" no chão sagrado do Chalé de Bela Mandil, em Olhão. Convite irrecusável do anfitrião, José Bivar, que recebe os artistas como ninguém.
O bonito foi quando, esta espécie de artista, sacando da provocação nº 37, alvitrou que a arte não serve para inquietar ou contaminar ninguém. A plateia, quase toda a diminuta plateia, formatada pela corrente redutora dos meios artísticos, fermeu de indignação e malhou no que tem como lema "nunca incomodar"...
Bem, esteve o poeta Rui Dias Simão que não incomodou ninguém. O lançador, contrariando o seu lema, acabou por incomodar. Vá lá que não sacou da provocação 24: "estou um bocadinho farto de artistas, só a obra pode valer a pena"...
Estão de parabéns o Zé e a Joana que tornaram o Chalé no maior centro cultural de Portugal. Este verão, então, tem sido de arrasar. Cada noite é uma noite. O mundo todo a girar à volta deste local de onde se ergue a poeira dos tempos e respira a leveza do futuro.
É pena; às vezes, convidarem artistas tão fraquinhos...
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