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publicado às 01:06

novidades sulscrito

por vítor, em 25.06.10

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publicado às 01:37

 

JOSÉ LUIS RODRÍGUEZ ZAPATERO

Tu abuelo, nos contaste, intuyendo el final de su existencia en la Tierra, fue diciendo adiós a los amigos, a su familia, a la naturaleza, porque quería estar lúcido y presente cuando la muerte llegara. Por eso, se abrazaba a los árboles que guardaban las páginas escritas de su vida. Me llega la triste noticia de tu muerte y te evoco, el verano pasado, en la biblioteca de tu casa de Lanzarote. Vuelves a ser el perfecto anfitrión, el hombre cortés, inteligente, generoso, al que le gusta compartir la amistad. Me honra ser tu invitado. Pilar, tu compañera, tu cómplice, parece señalar en silencio a todos y cada uno de tus personajes en ti: al Ricardo Reis que se compadece de la soledad de los poetas y ayuda a no temer la memoria, a los inventores de artefactos angélicos que quieren enseñar a los seres humanos a volar "aunque les cueste la vida", a aquel alfarero que libra a los esclavos de una nueva caverna porque se niega a aceptar ciertas cegueras que imponen desigualdad y dolor. Tú, que has sido también todos los nombres, no terminas aquí. 2010 es ya, para siempre, el año de la muerte de José Saramago, pero tus libros forman un maravilloso bosque de dignidad. Y yo me abrazo al árbol para mantener tu memoria..

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publicado às 15:14

na totalidade dos contrários 2010

por vítor, em 20.06.10

 

Rui Dias Simão à conversa com Fernando Esteves Pinto


1 – O surrealismo dá-te muito trabalho?

R: Sobretudo à segunda-feira (sorriso)... A escrita é, em mim, 
quando acontece, uma terapia lunissolar e estruturante; por
 isso, uma atitude 
de trabalho inicialmente se não vislumbra
 e evoca.


2 – A desestruturação mental é uma vantagem para um poeta se

sentir confortável num ambiente surreal?

R: Para já, antes pelo contrário... em boa hora, cada anzol,
 cada peixe; em suma, é preciso estar muito estruturado
para saber finalmente desestruturar.


3 – Imagina que dividimos uma garrafa em três partes

(o fundo da garrafa, o corpo da      garrafa e o gargalo),

as quais representam respectivamentetrês fases do dia

(a manhã, a tarde e a noite). Qual é a fase que te influência

mais no processo criativo?

R: Debaixo da Lua, sem (100) garrafas...


4 – Fala-me dos teus Animais da Cabeça.

R: É um livro que nasce de uns desenhos que fiz por volta 
do ano 2000, os quais estiveram longamente pousados
 sobre um sofá lá de casa, até que.
 

5 – O desenho e a pintura são o outro lado dos teus poemas.

Correspondem à clarificação mental do teu imaginário poético.

O que vês quando escreves poesia?

R: A mulher, a tal, nua, dentro dos translúcidos espelhos.


6 – Tens consciência de que a tua poesia marca uma atitude,

uma linguagem, que é no essencial a tua própria imagem e

comportamento perante a vida e os outros?

R: Tenho. Afinal, talvez não ...


7 – Que realidade entra nos teus poemas?

R: Neste livro ( os animais da cabeça), uma pseudo-realidade quase  
fora de si mesma.

 

8 – Há um diálogo implícito nos teus poemas. Que diálogo é esse e

com quem?

R: Só pode ser com o eventual leitor e a literal surdez do mundo.


9 – O teu último livro “Os Animais da Cabeça” é, quanto a

mim, um breve tratado psico-filosófico sobre o género humano.

É na desconfiguração do quotidiano que investes a tua racionalidade?

R: Parece utópico, mas existe de quando em vez na minha escrita uma  
certa irracionalidade a investir no quotidiano.


10 – Em quase todos os teus poemas verifica-se uma linha bem

definida de transição entre o sentimento pessimista da vida e o

sentimento cómico, risível da vida. Como te defines perante

a realidade?

R: Na totalidade dos contrários...

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publicado às 17:49

intermitências da vida

por vítor, em 18.06.10

 

O panorama da literatura portuguesa é um deserto bem árido. Nesse deserto emergem, raras vezes, oásis flamejantes que se projetam na história da literatura universal. Esses oásis disfarçam a mediocridade dominante. Com os dedos de uma só mão contaríamos os génios da literatura universal que também o são da  literatura  portuguesa. Temos Luís de Camões, temos o maior poeta que se passeou na crosta da Terra, Fernando Pessoa,  e temos José Saramago. O resto é paisagem. Por vezes indistinta. Rasa e nula.

Hoje, desapareceu fisicamente o maior prosador da língua portuguesa e um dos maiores da literatura universal. Chamava-se  José. A plateia pateou-o muitas vezes. A genialidade é desassossegante e o desassossego é a morte do burguês. A literatura portugesa é burguesa. Contentinha e vaidosa. Auto-satisfaz-se e não arrisca. É um mundo de palmadinhas nas costas e de apresentações de uns para outros e de outros para os mesmos. Hoje é um dia verdadeiro. Todos vão tentar ser seus amigos. Todos irão esbarrar com a morte que traz a eternidade.

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publicado às 22:53

os heróis nunca morrem

por vítor, em 14.06.10

Um dia complicado no trabalho ( desculpem-me a la palissada). Mas o que importa? O Glorioso é campeão e os heróis estão ao alcance dum clic... a felicidade está em toda a parte.

 

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publicado às 19:10

as benignas ocorrências

por vítor, em 13.06.10

 

 

 

Quando as benignas ocorrências se arrastaram  no oculto leito das lavas frias, o eterno convite para uma noite glamorosa e terna tornou-se realidade. Uma pausa? Uma irritante pausa? Não, acrescentaram as senhoras que passavam na rua enfeitada por fímbrias de lágrimas cadentes  nas soleiras das portas. À primeira vista tudo era simples e confuso como as fiambreiras de alumínio incandescente, marmitas de esmalte com cavalas fritas para o almoço. Frias, degustadas no cimo do muro que envolve o reservatório da água aprisionada. Ali mesmo saltei para a caixa de areia e dei saltos mortais na sombra indelével do impossível. Mais uma pausa! Não quero nem saber do interdito que quer ser exprimido aos sete ventos. Romper a aurora que vence a noite e embrulha os sonhos numa película de infinito rebuscado e fosco. Numa hiper- realidade surreal. Conforme os astros que se acotovelam no lusco-fusco da fronteira final da tarde. Quero sentir os calafrios suores da corrida que embaraça as criaturas insanas rebolando nos meandros da loucura inabitável. Dirias que a sanidade mental é um pergaminho afixado na parede para ser lido por quem não sabe interpretar as palavras lavradas na pele antiga. Que as mentalidades do homem que criou a grafia agitam as comunidades rutilantes da cidade, revolvendo os que acompanham as medianas confusões da civilidade. O poeta, que nunca escreveu uma palavra, confidencia-me que quase nunca lhe acode um pensamento e que, quando as ideias se encadeiam gerando novas perplexidades, se masturba até o pensamento se esvair na libido anestesiante.

As benignas ocorrências. Tínhamos começado com elas. O onanismo, envolto na decrepitude do corpo e na loquaz felicidade dos tempos que passámos juntos, consome todos os que  se negam a  viajar nos caminhos onde as papoilas emergem das pedras. É um mundo renascido do poder dos que nunca revelaram conhecer a divindade que se movimenta irascível e prenha de solidariedade. Nas confrarias da arte, nos parlamentos políticos, até nas comunidades de pastores de tudo e de nada ardem as sibilas que do futuro predizem o passado. Como gritos que rompem a solidão, tatuam de morte a noite silenciosa. São as mesma palavras que ressoam nas paredes da tua casa. Um envolvimento que paira nos confins do abismo. Na periferia da cornucópia sanguinolenta. São os que se alimentam aliviando os que não têm fome. Que devoram a perene tradição de triunfar sobre os que não têm rosto. Os que encontram na negação da luminosidade a vontade de partir através dos corpos escalavrados dos  ressuscitados do pó que repousa no antro das benignas ocorrências. Numa pausa que nega o sexo impotente.

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publicado às 23:24

filosofando com as águas

por vítor, em 06.06.10

Filosofando na Quinta da Cativa. Utilizando o velho método árabe da regueira e da caldeira (bem visíveis no pátio da Mesquita de Córdoba, só que aqui fixos) cá vamos passando as horas. Aqui há uns poucos anos, os filhotes acompanhavam a rega de rojo eufóricos. Corridas de barcos, nos graciosos "rios",  e água no Verão eram atrativos incontornáveis. Agora, nem por lá aparecem para dar uma mirada. Perde o pai, ganha a filosofia...

 

 

a caldeira, já cheia;

 

 

"rios";

 

 

um pequeno pomar biológico;

 

 

a amiga (não das mãos) neolítica;

 

 

amiga à sombra: para fumar um cigarrito e assentar sofias.

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publicado às 22:52

um eremita desassossegado

por vítor, em 02.06.10

 

Para quem se prepara para amarar suavemente na velhice no generoso eremitério da Cativa, é um desaforo prestar-se a figuras como estas...

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publicado às 15:14

ninguém pode comprar a loucura

por vítor, em 01.06.10

 

os socos nos ponteiros.

A vida passando como um comboio vazio errando nos carris.

A imbecilidade no palco arranca mais aplausos.

O sangue grita alto.

O amor dissolve-se no sangue como açúcar amarelo.

A palavra"tudo" é forte demais.

E o resto apaga-se fumegando.

Caiu o pano e a lua desaparece

ninguém pode comprar a loucura

o vento é um boeing transportando natureza.

Não há diferença nenhuma entre a areia do deserto e a da praia.

O erro está perto demais.

Este carro tem rodas mas não leva a lado nenhum.

Tudo o que se diz é uma mistura de gestos e barulho.

De noite os cegos vêem a lua.

O decote dessa mulher é a fronteira da maternidade.

O som do mar é mais nítido quando não há nuvens.

Todas as cidades deviam ter sono.

O arco-íris é a terceira obra de Pollock

a verdade usa"lingerie francesa".

A terra é uma bola com chantili que o mar ainda nã acabou de comer.

A arte não se envergonha nada, de ninguém.

A música, assim como várias outras coisas entre as quais o sexo, é o meio

de transporte mais rápido, cómodo e seguro para o extâse.

Agora, já não sei nada.

Lennon tinha prazer em deitar a língua de fora e sonhar.

O exemplo mais recente da morte já não se usa.

O melhor perfume francês não é suficiente para disfarçar a podridão.

Umas televisões trasmitem imagem, outras não.

É vulgar dizer-se que chaplin substituiu o pai natal que se tinha

aposentado nesse verão.

A tradição não é velha, pelo contrário, é o exemplo mais jovem da cultura

dos povos que atravessaram o século vinte.

O computador já aprendeu a pedir desculpa quando se engana, mas ainda

não descobriu onde erra e o homem não consegue explicar.

É curioso como há homens que, quando morrem levam o mundo no bolso

e o caixão cheio de projectos.

Não há nada mais simples que o preto e o branco diante do olhar de um louco.

Continua a afirmar que os loucos não devem ser sujeitos ao procedimento que se

toma para com os presidiários, nem este aos mesmos.

A morte que forra os caixotes de lixo não altera os nossos produtos.

O pénis à sua janela vestindo uma camisa de noite.

Os seus sonhos debatem-se numa luta asfixiante entre lençóis.

Há uma frase que diz "Estes lençóis forrando-me o corpo são as paredes de

presídio mais eficaz do mundo".

Há outras frases que falam pouco.

A esta hora deve ser dita.

Nada deve ficar guardado para outro truque.

A poesia deve apresentar-se em palco nua.

O resto entra no segundo acto.

E quando os corações atingirem o "tropo forte" a luz cairá sobre a cena.

Os bastidores nuncam arrefecem.

Adeus.

A cabeça explode.

A caneta para.

 

( Palavras do Rui da Amadora, em dias de 1983, possivelmente no BloodY MarY, da Amadora)

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publicado às 00:48


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